Foto: www.saltshaker.net |
Postado por Patricia Sunye
Recentemente, teve início uma nova modalidade de pesca industrial de castanha Umbrina canosai no sul do Brasil: o arrasto-de-meia-água. Esta modalidade de pesca não consta das licenças dos barcos de arrasto-de-fundo sendo, portanto, ilegal.
O uso do arrasto-de-meia-água com equipamentos como sonares e sondas de rede ao longo da plataforma externa do sul do Brasil tornou possível a captura de cardumes de castanha maturas e em desova entre o final do outono e primavera. Os pesquisadores do Laboratório de Recursos Pesqueiros Demersais (IO-FURG), Manuel Haimovici e Luis Gustavo Cardoso, publicaram este ano um artigo no Boletim do Instituto de Pesca mostrando que os rendimentos de 2011 e 2012 foram excepcionais: 11.805 kg/dia chegando a 20.000 kg/dia quase exclusivos de castanhas, quatro vezes maiores do que os dos mais de 300 barcos de arrasto-de-parelha e emalhe-de-fundo que têm esta espécie como alvo principal.
Segundo os pesquisadores, o número crescente de arrasteiros de meia água, somado à intensa exploração dos últimos 40 anos, acendem um alerta sobre o forte risco de colapso da castanha, a segunda espécie em importância na pesca demersal da região.
Armadores e mestres afirmam que os arrastos não ocorrem em meia-água, mas sim no fundo. Seja qual for a realidade, a elevada vulnerabilidade, a fração do estoque capturada por esta modalidade de pesca e as características de história de vida da espécie são evidências suficientes para alertar as autoridades e a comunidade pesqueira de que a continuidade desta atividade provavelmente resultará no rápido colapso de todas as pescarias dirigidas à castanha podendo resultar em impactos sociais graves.
Baixe o artigo clicando aqui.
Saiba mais sobre este assunto assistindo ao vídeo realizado durante a apreensão de um dos arrasteiros.
(Do http://www.observasc.net.br/)
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