quarta-feira, 17 de fevereiro de 2016

MAR DE PESCADOR

Foto: Luiz Carlos Souza

Pescadores de sardinha cruzam os braços por reajuste no preço do pescado

A safra da sardinha começou na segunda-feira, mas por enquanto nenhum barco de Itajaí foi para o mar. Os pescadores da região estão insatisfeitos com o preço pago pela indústria pelo quilo do pescado e decidiram parar as atividades até obter um reajuste melhor.

Nesta terça-feira, os profissionais fizeram uma assembleia e decidiram seguir paralisados até que as empresas sinalizem um novo acordo. Em janeiro, as indústrias ofereceram reajuste de R$ 0,20 no quilo da sardinha, que passou de R$ 1,20 para R$ 1,40. Porém, os pescadores querem que o valor chegue pelo menos a R$ 1,90.

— Chegamos à conclusão de que no preço que está não temos condições de trabalhar. Estamos tendo prejuízo, porque só para sair com o barco já se gasta entre R$ 80 mil e R$ 90 mil, e não sabemos quanto peixe vamos encontrar para recuperar esse valor — avalia o presidente do Sitrapesca, Eros Aristeu Martins.

O movimento ainda não é considerado greve, mas reúne profissionais de Itajaí, Rio de Janeiro, Angra dos Reis e São Paulo. A safra da sardinha segue até junho e somente na região são mais de 2,5 mil pescadores trabalhando em 80 barcos, segundo o Sitrapesca. Santa Catarina é responsável por cerca de 70% da produção nacional do pescado.

— Todos estão apoiando esse movimento. Os preços do óleo diesel, do gelo e do frete aumentaram muito, fica quase impossível trabalhar com esses custos. Precisamos de um reajuste melhor — reivindica o armador de pesca Jorge Seif, que possui cerca de 300 barcos em todo país.

O Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) informou que está acompanhando as negociações entre armadores e indústrias, mas disse a saída dos barcos para pescaria é uma decisão de cada armador com sua tripulação. As negociações entre profissionais e indústrias continuam, mas até esta terça não há um acordo.


A última vez que os pescadores de sardinha entraram em greve foi em 2014. Na época, eles ficaram 16 dias parados para discutir o reajuste do pescado — movimento que acabou impactando no comércio do peixe.

(Do http://wp.clicrbs.com.br/guarda-sol/)

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