quinta-feira, 17 de setembro de 2015

MAR DE PESCADOR


Tem vaga! Pescadores também correm risco de extinção

 Postado por Manuela Luiza

Em cidades pesqueiras como Laguna, Itajaí e Rio Grande todos sabem que, caso falte emprego, sempre haverá vagas nos barcos atracados nos portos e terminais. A pesca em alto mar ainda é uma das profissões mais perigosas do mundo. A insalubridade do trabalho, aliada aos dias longe da família e ao lucro incerto, afastam cada vez mais os pescadores da pesca industrial. Sem tripulantes experientes, os armadores acabam embarcando homens que “não são do mar”, como se costuma dizer, prejudicando a sua produção.

A verdade é que um homem só sabe se é capaz de suportar a vida no mar depois de embarcar, e tripulantes novos que não se adaptam acaba trazendo muito barco para a terra antes da hora. Isso resulta em prejuízo para o armador e demais tripulantes. Sem experiência, o risco de acidentes com os novatos ou causado por eles também aumenta bastante. Um outro grande problema que a pesca enfrenta hoje é a violência. Barcos sem tripulação têm pouca escolha, e acabam sendo a última opção para usuários de drogas. Assim como para toda a sociedade, o crack tem sido o pesadelo dos armadores e pescadores. Após alguns dias de embarque, os usuários em abstinência acabam perdendo o controle e ficam agressivos, prejudicando a operação de pesca e colocando em risco a vida dos demais tripulantes. Cresce cada vez mais os casos em que barcos são obrigados a voltar para a terra por causa de brigas a bordo ou após o mestre sofrer ameaças de tripulantes.

Casos de morte em embarcações por este motivo também já foram relatadas. Os pescadores que ainda resistem sentem-se inseguros com a troca constante de tripulantes, e na primeira oportunidade abandonam a vida no mar, ou optam pela pesca artesanal. Das modalidades de pesca industrial no sul do Brasil, a pesca de emalhe é a que mais sofre com a falta de tripulantes, isso porque é a atividade pesqueira que exige mais esforço e recebe a pior remuneração. A falta de profissionalização e os problemas sociais podem levar os pescadores a extinção antes mesmo que acabem os peixes.

( Do http://www.observasc.net.br/)

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