Ixpia! Tem dosh de calça. Dúvido que sejam manés!Foto: Guto Kuerten / Agencia RBS
Saiba como as tainhas chegam ao nosso litoral na explicação de um manezinho
Coluna assinada pelos nativos Jorge Jr. e Rodrigo Stüpp será publicada todas as terças e sextas-feiras no jornal e no site da Hora de Santa Catarina
Rodrigo Stüpp e Jorge Jr.
Rapázi, tu visse o saragaço que deu ontem na Barra? Pegaram umas cinco mil tainhas na rede de arrasto. Vô te dizê-te: só tainha graúda, pra másh de dôsh quilos cada. Agora, tu que és um monxtro pra comer o peixe sabia que dá pra pescar na ida e na volta?
Mô sagrado, é simples: primeiro as tainhas vêm lá da Lagoa dos Patos. As que os gaúnchos não pegam lá na boca vêm pra SC. Mas tem algumas que ainda vão másh pra cima. Mas elas não seguem reto toda vida. Tem uma hora que fazem o balão e começam a descer digerim pro Súli.
Outro paulaço
Pôsh foi isso que aconteceu na Barra, segundo o monxtro Xinho, que pegou um mundaréu de tainha em dois lanços.
– O peixe tá voltando, vindo do norte esperando o rebojo. Ontem à noite dei-le outro paulaço, de madrugada, era uma da manhã – disse ele pro nosso fotógrafo Guto Kuerten, que é guri bom, crescido ali por Tubarão, mas morador do sul da Ilha já fásh uma cara.
Tendêssi?
Agora, ixpia a explicação: – É normal agora, o peixe passou pro Norte, tá voltando o pro Sul pra esperar o vento sul e descer pro norte. Aí nós vamo sentá-le o pau aqui outra vez!
Nós que somos mané já ficamos que nem dôsh mazanza tentando entender. Imagina os paulista e os gaúnchos?! É um nível avançado de manezês. Um dia a gente chega lá!
Foto: Marco Favero/ Agência RBS
Lugar medonho
Tá fazendo uma semana que a Câmara de Flonópsh aprovou a mudança da data de aniversário de Floripa. Tá 53 anos mais velha. Agora, vocêgi da secretaria de turismo poderiam deixar de guéri-guéri e tirar a estátua do fundador da cidade de onde tá, né? Tem mané que nunca viu, mas ela fica ali do lado do elevado Dias Velho (o que dá na ponte Colombo Salles) e da estação de esgoto da Casan, que de vez em quando tá uma fedentina.
Pior: ninguém consegue chegar a pé ali porque nem faixa de segurança por perto tem. Me dish, isso é homenagem que se faça pro fundador da cidade? Fáshfavô! Falam tanto em valorizar o Centro, talicôza. Então, deveria ir ali pro Centro Histórico. Quê tu dísh?
Tinha laranja!
Com másh de 80 anos, leitor liga pra gente por causa da nota de trezontônti da Festa da Laranja, que a raça malina chama de festa da Cocada. Do tempo dos caminhos, segundo o quiridu, “de quando os dois manés da coluna não eram nem projeto de gente”, ali na Trindade era o ponto de encontro dos produtores. Tinha laranja e bergamota a dá com o pau.
Pra tu teres ideia, faz tanto tempo que a festa foi criada que nem a Lei Áurea, que aboliu a escravatura, tinha sido assinada ainda. A cidade ainda se chamava Desterro e não tinha nem 20 mil moradores.
(Do HORA DE SANTA CATARINA -www.clicrbs.com.br)
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