terça-feira, 2 de dezembro de 2014

O ATLÂNTICO DE CAIAQUE


Primeira travessia do Atlântico de caiaque

Publicado por João Lara Mesquita on 2014-05-14

Foi em 1928 que o Capitão Franz Romer partiu sozinho de Lisboa para a expedição considerada como a primeira travessia do Atlântico de caiaque.

Como conta o livro “Os Navegadores Solitários”, de Jean Merrien, o capitão de origem alemã Franz Romer perseguia um objetivo científico e altruísta, e queria provar que era possível sobreviver, lutar com o oceano e alcançar a terra em um barco minúsculo, desmontável e fácil de transportar a bordo de qualquer embarcação, fosse ela grande ou pequena.

Seu caiaque Klepper , batizado por ele de Deutsches Sport, media 6 metros de comprimento, por 0,95m de largura e tinha o calado de 0,25m, e para a travessia adaptou-o com uma vela quadrangular latina, instalou um comando de leme movido pelos pés, dotou o barco de flutuadores cheios de ar, além de reservatórios de gás carbônico, e embora o prospecto de venda da embarcação informasse a carga máxima de 600 quilos, ele partiu com pelo menos 680 quilos, incluídos aí água doce, alimentação, velas de reserva e até um fogão.

Partiu de Portugal (Cabo de São Vicente) em 31 de março de 1928 e em 11 dias já havia atingido as Canárias, de onde se considerou a “verdadeira partida”

Já nessa primeira travessia pôde pressentir o que lhe reservava a aventura: enfrentou o primeiro furacão e passou 3 dia e 3 noites sem dormir.

Largou novamente em 03 de junho de 1928, em direção à Nova Iorque para mais três meses de uma aventura árdua em sua minúscula embarcação, onde velejava sentado, sem poder se mexer, sem poder dobrar as pernas, distender a bacia, e sequer satisfazer com normalidade as necessidades mais primárias de um ser humano.

Para fazer sua comida, colocava o fogão entre as pernas, até que um dia o objeto incendiou-se e para não se deixar queimar vivo, lançou-o rapidamente na água.

Após 88 dias de um sofrimento atroz, com o corpo roído pelo sal e úlceras dolorosas, o Capitão Romer chegou à Ilha de Saint-Thomas. Levado a um hotel, dormiu 48 horas ininterruptas, tendo depois que ser hospitalizado por várias semanas.

Recuperado retoma sua viagem em direção à Nova Iorque no princípio de Outubro, sem saber que uma tempestade atravessaria novamente o seu caminho.

Foi visto pela última vez no Cabo Hateras.

Nenhum vestígio dele jamais foi encontrado e apesar de não haver registro escrito de sua experiência, Franz Romer é considerado o primeiro navegador a fazer a travessia do Atlântico em um caiaque.

Recentemente o polonês Olek “Doba, de 67 anos, fez também essa travessia, pela segunda vez, sendo considerado o homem mais velho a cruzar o Atlântico com seu caiaque.

(Do https://www.facebook.com/marsemfim)

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