FOT: DIVULGAÇÃO
Há cinco meses, a Praia do Cassino, em Rio Grande, no Litoral Sul do Rio Grande do Sul, está tomada pela lama. São 7km cobertos pelo material trazido pelas ondas. Pesquisadores e ambientalistas tentam descobrir as causas do fenômeno.
Em alguns trechos, a lama chega a ter mais de um metro de profundidade. Por enquanto, os locais estão isolados. De acordo com pesquisadores e ambientalistas, não há condições de retirar o material com máquinas ou caminhões.
“É impossível retirar, porque além da lama que vemos na beira da praia tem lama dentro da água que ainda vai sair para a orla. Só uma grande ressaca é capaz de movimentar e retirar todo o material", diz o pesquisador da Universidade Federal de Rio Grande (Furg) Norton Gianuca.
O assunto está sendo debatido em conjunto por ambientalistas do Núcleo de Educação e Monitoramento Ambiental (Nema), a superintendência do porto, o Ministério Público e a Prefeitura de Rio Grande.
Uma das dúvidas é sobre a relação da lama com a dragagem do canal do porto.
A última dragagem no canal foi feita entre dezembro janeiro deste ano. Na ocasião, foram retirados 1,6 milhão de metros cúbicos de lama, que foram depositados a 16 quilômetros da costa e a 19 metros de profundidade. Estudos do professor e doutor em Oceanografia da Universidade Federal de Rio Grande Lauro Calliari indicam o mesmo fenômeno em outros anos em que a dragagem foi feita. Ele afirma que essa operação de retirada de barro para aumentar a profundidade onde operam os navios no porto de Rio Grande é a causa do depósito da lama na praia.
"Cientificamente, não tem como negar que a dragagem é o motivo para o depósito do barro. O que é retirado do canal precisa ir para algum lugar e desemboca na orla. As correntes são instáveis, o que faz com que ela se movimente. Há como evitar depositando o barro em outros locais ou acompanhando a movimentação com sondas", defende Caliiari.
A superintendência do porto discorda. Um novo estudo exigido pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama) já foi contratado.
"Cumprimos as normas do Ibama, mas estamos abertos para todos os esclarecimentos necessários. Agora o Ibama solicitou um novo estudo e vamos apresentá-lo. Também queremos saber as causas", diz o diretor técnico do Porto de Rio Grande, Leonardo Maurano.
Fonte: http://g1.globo.com/
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