Foto Daniel Conzi / Agencia RBS
Cinco mil latas de sardinha são distribuídas no Centro de Florianópolis em protesto contra má qualidade do transporte
Sindicato abriu mão de parar o serviço, como havia feito no início do mês, para incentivar a participação popular sobre o tema
Depois de duas paralisações tumultuadas do serviço de transporte coletivo de Florianópolis no início de maio, o sindicato dos trabalhadores apostou em uma nova forma de protesto na tarde desta segunda-feira. Para quem cruzava a Avenida Paulo Fontes a caminho do Terminal de Integração do Centro (Ticen), os sindicalistas ofereceram cinco mil latas de sardinha, em alusão aos ônibus lotados que chegam e partem do Centro em horários de pico.
"Cansei de ser sardinha" é uma campanha do movimento Catraca Livre, de São Paulo, e pretende evidenciar a falta de qualidade na mobilidade urbana em todo Brasil. No caso de Florianópolis, o protesto conta com apoio do movimento Passe Livre e foi divulgado via redes sociais.
Elvira Rosa pegou a sua latinha e aprovou o protesto.
— Agora, sim, eles (os sindicalistas) acertaram. Parar o serviço só irrita mais a gente. Achei legal a proposta — disse a usuária do transporte.
Elivânia da Silva, que é atendente de caixa, fez questão de tirar a foto atrás do mural com o desenho de um ônibus cheio de sardinha, que estava colocado na calçada entre as duas pistas da avenida.
— Eu pego ônibus para a Caieira do Saco dos Limões e sempre está lotado. A gente parece uma sardinha mesmo — disse, ao lado da amiga Celecia Cristina, auxiliar de cozinha.
Usuários que queiram colaborar com a campanha podem enviar fotos para o Tumblrda campanha (até às 13h desta segunda havia apenas fotos dos metrôs paulistanos).
Cansei de ser sardinha
A campanha do Sintraturb pretende, além de criticar o transporte público, chamar a atenção para a principal divergência na questão do dissídio dos trabalhadores do transporte público: a retirada de 350 cobradores. O Sindicato quer o compromisso das empresas e da prefeitura de Florianópolis para que os funcionários desta função não sejam demitidos. Um decreto foi assinado pelo prefeito Cesar Souza Junior, garantindo que não haverá demissões.
Segundo o sindicato, sem os cobradores os ônibus ficarão mais lentos, pois o motorista teria que cobrar a passagem. Outro ponto levantado pelo movimento de protesto seria a falta de segurança, pois, segundo o Sintraturb, os cobradores ajudam a reduzir a criminalidade nos ônibus, previnindo até o assédio às mulheres. Outro ponto levantado é a falta de auxílio no embarque e desembarque de deficientes físicos, idosos e pessoas com bagagem se não houver cobrador.
(Do HORA DE SANTA CATARINA - www.clicrbs.com.br)
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