A GREVE DOS PATRÕES

Indústria pesqueira acorda paralisação em Santa Catarina

Início da greve será determinado com adesão de demais estados

por Karine Wenzel

karine.wenzel@diario.com.br

O Sindicato dos Armadores e das Indústrias de Pesca de Itajaí e Região (Sindipi) e o Sindicato dos Pescadores Profissionais de Santa Catarina (Sitrapesca) se reuniram nesta quarta-feira em Florianópolis e acordaram a paralisação geral da indústria pesqueira em Navegantes, Itajaí e Laguna. Conforme o presidente do Sindipi, Giovani Genazio Monteiro, eles esperam a adesão de outros estados para dar início à greve, mas afirma que deve "acontecer o mais rápido possível".

Monteiro estima que com 250 barcos e cerca de 2 mil profissionais parados, o prejuízo deve ser na ordem de R$ 100 milhões por mês para a indústria catarinense. Além da paralisação, os pescadores planejam bloquear a Barra do Rio Itajaí-açu que dá acesso aos portos de Itajaí e Navegantes. O bloqueio aos portos também deve acontecer nos outros estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Monteiro afirma que apesar da preocupação do ministro da Pesca, Eduardo Lopes em evento realizado na segunda-feira em Itajaí, a greve "é uma questão de sobrevivência", já que 200 barcos de pesca de arrasto e 50 de camarão-rosa de Santa Catarina estão sendo afetados pela determinação do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, que proíbe a rotulagem de mistura de espécies ou pescados diversos.

— Queremos que seja revogada a norma e que seja dado um prazo para adaptação da indústria. Além disso, precisamos de uma solução para as empresas venderem esses pescados — defende Monteiro.

Luis Alberto de Mendonça Sabanay, chefe de Assuntos Estratégicos e Relações Institucionais do Ministério da Pesca e da Aquicultura, esteve em uma reunião na Câmara de Desenvolvimento da Indústria da Pesca da Federação das Indústrias de Santa Catarina (FIESC) ontem e afirmou que o ministro, após a reunião em Itajaí se comprometeu a busca uma solução para o tema.

— Ele está em diálogo com Ministério da Agricultura para resolver a questão. O assunto é visto com urgência pelo ministro da Pesca — afirmou.

( Do DIÁRIO CATARINENSE - www.clicrbs.com.br)