segunda-feira, 14 de abril de 2014

PANGA POR LINGUADO

Foto sem crédito
Investigação aponta que empresas lucrariam até três vezes mais que valor real com fraudes em pescados

Peixes de baixo valor comercial eram rotulados como peixes nobres

As sete empresas de processamento de pescados investigadas na operação Poseidon da Polícia Federal no litoral Norte de Santa Catarina, semana passada, lucrariam até três vezes mais que o devido com fraudes. Conforme apurou a PF, além de comprar peixes de espécies extintas, as companhias são suspeitas de industrializar peixes de menor valor e vender como peixes nobres.

Uma das fraudes mais comuns seria a do linguado. No lugar dele seria vendidos de forma enganosa abalote dente curvo e o bagre do Vietnã, conhecido como panga. Conforme o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa), o abalote é um peixe da China, que tem baixo valor de mercado na região e inclusive se desmancha durante o preparo. O preço médio é de R$ 9 o quilo do filé, enquanto o linguado custa cerca de R$ 27.

Conforme a PF, as empresas investigadas se favoreciam especialmente do baixo valor de algumas espécies trazidas da China e do Vietnam. Esses peixes podem ser importados e comercializados no Brasil, com tanto que devidamente especificados.

Também foram detectados casos de abrótea sendo rotulada como pescada, merluza e até congrio; polaca do Alasca rotulada como merluza e congrio; e savelha como sardinha ou sardinha lage. Além disso o cherne povoeiro, ameaçado de extinção, era comercializado como garoupa.

As empresas investigadas poderão ser autuadas por crime ambiental, crime contra as relações de consumo e crimes de falsificação e uso de documento público, em razão da apresentação de documentos de rastreabilidade falsificados. O Mapa deve multar as empresas de acordo com o que for levantado a partir das apreensões.

Operação Poseidon

A Polícia Federal deflagrou na manhã desta quinta-feira a operação Poseidon em Itajaí, Itapema e Navegantes. A ação tem como finalidade coibir fraudes no processamento de pescados por empresas da região.

As empresas investigadas são suspeitas de comprar peixes de uma determinada qualidade, processar e vender os produtos como sendo peixe de valor comercial mais alto, além de industrializar espécies em extinção capturadas ilegalmente.

Foram cumpridos mandados de busca e apreensão em sete empresas, que tiveram as atividades financeiras bloqueadas nesta quinta-feira.


(Do O SOL DIÁRIO - www.clicrbs.com.br)

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