O Japão vai reduzir o número de baleias caçadas com fins científicos no oceano Pacífico mas não vai abandonar a atividade. O anúncio acontece semanas depois de uma sentença do tribunal internacional de justiça determinar o cancelamento imediato da caça à baleia para investigação científica na Antártida, decisão que a nação asiática afirmou pretender cumprir.
O tribunal de Haia decidiu no passado dia 31 de março que o Japão não apresentou justificações científicas válidas para a caça à baleia que tem praticado na Antártida, alegadamente para estudar as populações de cetáceos.
O tribunal ordenou, por isso, que o Japão cessasse a atividade na região, tendo recomendado adicionalmente, que o gigante asiático revisse a sua estratégia de caça com fins científicos a nível global, que inclui outros territórios de caça, como é o caso do Norte do Oceano Pacífico
Na altura, o Japão afirmou-se desiludido com a sentença do tribunal que, no entanto, garantiu que iria cumprir, por respeitar a ordem legal internacional.
Agora, passadas pouco mais de duas semanas, Yoshimasa Hayashi, o Ministro da Agricultura, Silvicultura e Pescas japonês tornou públicas as intenções do Japão de continuar a caçar baleias com fins científicos, embora menos intensamente, de forma a respeitar um critério de sustentabilidade das baleias como recurso, princípio em que se baseou a sentença do tribunal internacional de justiça:
“Baseado nisto [exploração sustentável das baleias como recurso] e alinhado com a lei internacional e os princípios científicos, a nossa nação vai caçar baleias para fins científicos, para obter a informação científica essencial para gerir as baleias como um recurso”.
O objetivo é obter dados que permitam a gestão das populações de cetáceos quando a moratória que impede a caça comercial à baleia for levantada, algo que o Japão sempre se afirmou convicto que irá acontecer.
Na prática, a decisão de reduzir a escala da caça à baleia no Pacífico pode passar pela redução do número total de cetáceos capturados de 380 para 210 e, especificamente uma redução de 220 para 100 no que diz respeito à espécie Balaenoptera acutorostrata e o abandono da captura de cachalotes (Physeter catodon), de acordo com uma proposta ainda não aprovada.
O membro do governo japonês anunciou também novas medidas contra os ativistas que se opõem à caça à baleia e que todos os anos procuram sabotar as atividades da frota baleeira japonesa.
Por fim, Yoshimasa Hayashi revelou que o Japão pretende retomar a caça à baleia da Antártida, pelo que apresentará à Comissão Baleeira Internacional um novo plano com este fim em 2015.
(Do http://www.scientificamerican.com)
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