quarta-feira, 22 de janeiro de 2014

TOCANDO FOGO NA ILHA

Foto Silézio Sabino / Arquivo Pessoal
Bombeiros trabalham para conter incêndio de grandes proporções no Pântano do Sul, em Florianópolis

Primeiro incêndio nesta terça queimou outra área no Sul da Ilha, e moradores suspeitam de crime

Bombeiros trabalham para conter incêndio de grandes proporções no Pântano do Sul, em Florianópolis 

por Gabriela Rovai
gabriela.rovai@diario.com.br

O Corpo de Bombeiros armou uma barreira com areia para impedir que as chamas continuem a avançar sobre a vegetação no Pântano do Sul, em Florianópolis. O fogo começou na manhã desta terça-feira e até a meia-noite não havia sido controlado. A fumaça pode ser vista em todo Sul da Ilha. Este foi o segundo incêndio em menos de 24 horas na região. Moradores suspeitam que são incêndios criminosos.

No Pântano do Sul, mais de 25 bombeiros atuaram no combate das chamas com apoio de dois caminhões, um ônibus e uma caminhonete. Os helicópteros Arcanjo (Bombeiros) e Águia (PM) deram apoio.

O primeiro incêndio desta terça-feira, no Sul da Ilha, foi numa área de cerca de 10 mil metros quadrados entre o Rio Tavares e a Joaquina. O local é Área de Preservação Permanente. O fogo começou de manhã e foi controlado à tarde, de acordo com os Bombeiros.

— Vi ovinhos de quero-quero queimados. Uma tristeza. Vi pelo menos dez focos de incêndio naquela área. Não consegui chegar em todos os focos porque a área que pegou fogo é muito extensa. E as labaredas chegaram a dois metros — lamentou o morador do Campeche que fez fotos da destruição, o autônomo Silézio Sabino.

Vice-presidente da Associação de Moradores do Campeche (Amocam), Ataíde Silva suspeita de incêndio criminoso nestas áreas queimadas desta terça-feira e do ano passado, na mesma região.

— Para mim é criminoso porque não existe possibilidade do fogo se espalhar em mais de dez focos diferentes, em locais separados, na mesma área. E ao mesmo tempo. Sendo que em alguns focos existem trilhas de areia entre eles, em que o fogo não atravessaria — disse Silva.

O vice-presidente da Amocam lembrou dos dois incêndios no ano passado na região. Um deles, em janeiro de 2013, devastou área equivalente a cinco campos de futebol, no Campeche.

— O mais estranho é que o local queimado no incêndio, nos fundos da Capela (São Sebastião), e que é Área de Preservação Permanente, coincidentemente recebeu alteração de zoneamento para Área de Residencial Predominante. São áreas estratégicas para a especulação imobiliária — observou Silva.

Para o representante dos moradores do Campeche, quando uma área dessas é destruída, a perícia não encontra elementos suficientes para justificar que é APP.

Quando há incêndio nessas áreas de duna e restinga é comum encontrar ovos de pássaros, lagartos, filhotes de quero-quero e cobras queimados, conforme moradores da região.

(Do DIÁRIO CATARINENSE - www.clicrbs.com.br)


Nenhum comentário: