segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

DEU NA MÍDIA



18/01/2014 às 00:00:00 - Atualizado em 17/01/2014 às 19:02:39

Frutos do Reino de Netuno

ARPC-TV nos mostrou ontem belas reportagens sobre Guaratuba, destacando que o nosso litoral não só é rico em paisagens paradisíacas, como também somos produtores de ostras da melhor qualidade. Nos doces confins da Baía de Guaratuba, algumas famílias nos oferecem esse coquetel de proteínas maravilhoso. Um verdadeiro e saudável drinque do mar.

Para avivar a memória da brava gente de Guaratuba, de “quão” generoso já foi o nosso mar, pesquei para degustação um pequeno trecho (com livre atualização ortográfica) de um dos capítulos da obra de Antônio Vieira dos Santos, o pai da história paranaense: “Dos Peixes mariscos e crustáceos que povoão o reino de Neptuno, dentro das Bahias, Lagôas e Rios de Paranaguá” .
“Desde a mais remota antiguidade, sempre foram as baías de Paranaguá abundantes de pescados de todas as classes, pois que em muitas ocasiões foram levados socorros deste gênero à praça de Santos, Rio de Janeiro, Bahia e Colônia de Sacramento (Uruguai). (...) Parece que Netuno, esse Deus marítimo, junto à bela Dóris e as lindas ninfas Naiades e Nereidas, de propósito escolheram suas habitações nessas formosas baías, povoando-as com imensos peixes de diferentes formas e delicados sabores, que só o insigne Cuvier poderia classificar. Os lugares mais piscosos das baías são em derredor das Ilhas das Peças, das Cobras, Cotinga, Rasa Grande e Pequena, Jurerê, Guararema e Teixeira, em diferentes canais das baías, em lugares especiais de suas margens, onde turbilhões de peixes entrando do grande oceano pela barra adentro se encontrarão naqueles lugares. Principalmente na barra do Sul, entre os meses de maio até agosto. São ocasiões em que entram do Sul milhares de tainhas em corrida. É então o tempo mais divertido, para quem quiser ver o modo e a maneira como os pescadores dão os seus lances de rede em que apanham dois, três, até doze mil peixes. (...) Grande é a bondade divina, mostrando aos homens a imensidade de sua grandeza. (...) As baías de Paranaguá são abundantíssimas de muitos mariscos que serviram de principal alimento aos primeiros índios carijó, como ainda hoje se vê das grandes ostreiras e sambaquis de cascas de ostras e berbigões que eles fizeram. Substancioso alimento, temos ainda grandes ameijoas, os berbigões, bacucus, sururus, ou mexilhões, os camarões e finalmente os caranguejos: desde dezembro até março eles são tão numerosos que, nas fases da Lua, cobrem as praias e facilmente milhares deles são colhidos com as mãos, depois carregados em cestos e canoas cheias. É por tudo isso admirável a grandeza Daquele Onipotente que tudo criou”.

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