Foto Flavio Roberto Oliveira/Divulgação |
Sardinha de sobra
A safra da sardinha já começou com polêmica. Os armadores reclamam que parte dos primeiros desembarques ficaram parados nos cais em Itajaí e Navegantes, por falta de compradores. O barco da foto, por exemplo, passou quatro dias ancorado, com o motor ligado, aguardando que as 140 toneladas de peixe que carregava fossem vendidas.
Jorge Seiff, armador especializado em sardinhas, estima uma queda de 30% nos desembarques pela falta de compradores _ situação que preocupa o setor, já que Itajaí e Navegantes respondem juntas pelo maior polo pesqueiro de sardinha no país.
Mas enquanto os armadores reclamam de importação excessiva por parte das enlatadoras, as empresas alegam estar absorvendo tudo o que são capazes de estocar. Adão de Sá, diretor industrial da Gomes da Costa, uma das maiores enlatadoras brasileiras, com sede em Itajaí, diz que as empresas foram surpreendidas com as safras recordes deste ano. _ Na semana passada compramos muito e ainda congelamos 300 toneladas. A disponibilidade é muito maior do que a nossa capacidade de consumo e congelamento _ diz.
Sá garante que, em época de safra, a produção é feita exclusivamente com pescado brasileiro.
A importação de sardinha in natura foi liberada pelo governo há 10 anos, quando houve queda brusca de produção e foram instituídos os períodos de defeso. Mais recentemente, a autorização para importação de três espécies de sardinha já enlatada possibilitou a entrada de peixe já processado, vindo de países como Tailândia, Equador e Peru.
Mudanças na legislação fazem parte da lista de reivindicações dos armadores e trabalhadores da pesca industrial, que fizeram uma manifestação esta semana. Novos protestos devem ocorrer nos próximos dias, numa tentativa de sensibilizar os ministérios da Pesca e do Meio Ambiente.
(Do blog http://wp.clicrbs.com.br/guarda-sol)
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