Foto Joé Jose Dias - http://www.panoramio.com/photo/8548897 |
Formas geométricas preferidas dos primeiros artistas correspondem a alucinações de drogados
Círculos, espirais, linhas paralelas, pontos espalhados pelas paredes interiores das cavernas: não dá para sair dizendo que o homem pré-histórico tentava representar o mundo que observava, certo? Bem, depende. Um estudo assinado por pesquisadores do Japão e do México acaba de sugerir que nossos antepassados desenhavam nas pedras justamente o que viam... em alucinações.
Tom Froese, Alexander Woodward e Takagashi Ikegami compararam os padrões geométricos mais recorrentes na arte rupestre a alucinações que tendem a emergir quando o cérebro é submetido ao efeito de drogas.
A descoberta, publicada na revista acadêmica Adaptive Behavior, daria conta de explicar a repetição de certas formas abstratas em pinturas de povos pré-históricos de diferentes continentes. Além disso, os pesquisadores consideram que experiências alucinatórias podem justificar o valor ritualístico que o homem pré-histórico atribuía aos desenhos.
- Quando esses padrões visuais são vistos durante estados alterados de consciência, eles são diretamente percebidos como altamente carregados de significância - escrevem os pesquisadores.
Segundo eles, “faz sentido investigar se os mecanismos biológicos que subjazem a produção desses fenômenos visuais podem ser submetidos a uma análise em termos de Instabilidades de Turing”.
As instabilidades de Turing são padrões observados durante reações químicas e descritos pioneiramente pelo matemático Alan Turing. Nesse caso, plantas com propriedades psicoativas teriam propiciado a "visualização" de padrões que imitam a composição estrutural do cérebro humano.
Froese, Woodward e Ikegami reconhecem que a neurofenomenologia (que relaciona dados empíricos da neurociência e descrições verbais de experiências) não é avançada o bastante para explicar o conteúdo particular do que percebiam os artistas pré-históricos, mas consideram que ela oferece as melhores respostas para o valor atribuído pelos homens das cavernas à arte que produziam.
(Do ZERO HORA)
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