Parlamento Europeu proíbe retirada de barbatana de turbarão
A prática de pescadores de retirar as barbatanas de tubarão e atirar os animais de volta ao mar, muitas vezes ainda vivos, sofreu um forte revés. O Parlamento Europeu proibiu a atividade nos navios que estejam operando em águas da União Europeia assim como em todas as embarcações registradas no bloco e que estejam em qualquer outro lugar do mundo.
Nos últimos anos tem ocorrido um aumento da demanda por barbatanas de tubarões - especialmente para o cozimento de sopas na China, onde são consideradas iguarias. Lá elas podem ser vendidas por até 1.000 (cerca de R$ 2.700).
O apetite pelas barbatanas, porém, acabou ameaçando várias espécies do animal, que tem um papel vital para manter o equilíbrio dos ecossistemas marinhos. Eles são particularmente vulneráveis à sobrepesca por causa da sua lenta taxa de crescimento e a baixa presença de indivíduos juvenis. De acordo com a União Internacional para a Conservação da Natureza, um terço das espécies de tubarão está ameaçado de extinção.
O posicionamento do Parlamento Europeu passa um sinal forte para o mundo contra a prática, em especial porque é dos navios que têm sua bandeira ou que atuam em suas águas que parte a maioria das barbatanas exportadas. A decisão, no entanto, ainda depende de aprovação dos Estados-membros para que leve a uma lei definitiva.
Esse texto poderia fechar uma brecha nas leis da União Europeia - apesar de proibirem a prática em seus portos, elas autorizavam que pescadores com permissões especiais desembarcassem barbatanas e corpos de tubarão em portos diferentes.
Grupos conservacionistas por anos fizeram campanhas contra a União Europeia por conta dessa leniência. Portugal e Espanha ainda emitem permissões, sendo os espanhóis os maiores exportadores de barbatanas.
A votação foi comemorada por ONGs ambientalistas como Oceana, Pew Environment Group e Shark Alliance como um importante passo para o fim da prática.
(Do Estadão e agências)
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