Foto MPA |
571 cessões para a produção de moluscos
A atividade deve crescer com a legalização das fazendas. Agora o produtor poderá contratar financiamento para novos investimentos
Emanuelle Gomes
A nova era da maricultura começou no Estado. O ministério da Pesca e da Aquicultura entregou, na tarde de segunda-feira (2), 571 cessões de áreas de marinha, até então em posse da União, para que os maricultores catarinenses possam exercer a atividade legalmente. A luta dos produtores pela regularização das fazendas de moluscos vêm de anos. Entretanto, mesmo sem o incentivo do governo, Santa Catarina já se colocava na posição de maior produtora de moluscos do país, com 17 mil toneladas por ano. O ministro-bispo Marcelo Crivella espera que, com a cessão, o Estado passe a produzir 100 mil toneladas de moluscos por ano.
As concessões foram dadas diante de um processo licitatório rigoroso. Os maricultores tiveram que cumprir diversas exigências para ganhar o direito de posse. “Além dessas, mais 200 outorgas estão sendo julgadas, a maioria em Florianópolis”, garantiu. As áreas vão de um ou dois hectares, o equivalente a um campo de futebol, até 20 hectares.
De acordo com Crivella, a demora para a cessão das áreas aconteceu por causa das licenças ambientais. Foi preciso fazer estudos de impacto para avaliar as melhores maneiras de garantir a produção, sem afetar o meio ambiente. “A produção de moluscos pode criar uma área de dejetos, com amônio, que põe em risco a vida marinha. Por isso, fizemos pesquisas para determinar o tamanho das áreas, entre outras coisas”, justificou.
Sonho de 18 anos
O maricultor Fábio Faria Brognoli foi o primeiro a receber o documento de cessão da área da fazenda dele, de seis hectares, no Ribeirão da Ilha. Há 18 anos, Brognoli aguardava a legalização e o reconhecimento da atividade. Ele diz acreditar que a luta não acaba com a cessão. “O governo precisa investir em ações para aumentar o consumo. Santa Catarina produz 95% da ostra nacional, mas a produção ainda é pouco conhecida. Há preconceito”, avaliou. Ele e seus sete sócios produzem, por ano, 130 mil dúzias de ostra e 60 mil quilos de mexilhões.
Em Santo Antônio de Lisboa, a produção de mariscos continuava acelerada enquanto o ministro fazia a entrega das cessões. Nei Leonardo Nolli, produtor há 16 anos, carregava as caixas de ostra para o rancho de pesca, enquanto os ajudantes organizavam os moluscos na mesa. A notícia da regularização, segundo ele, que também é vice-presidente da Associação dos Maricultores do Norte da Ilha, animou quem vive da atividade. “Temos, agora, um documento que temos a propriedade, de valor nacional. Poderemos abrir linhas de crédito para comprar equipamentos e agilizar a produção”, disse. Lorenço da Rocha, há oito anos na atividade, garantiu que agora vai investir mais. “Estamos muito contentes”, finalizou.
(Do Notícias do Dia mergulhe mais no www.ndonline.com.br)
A atividade deve crescer com a legalização das fazendas. Agora o produtor poderá contratar financiamento para novos investimentos
Emanuelle Gomes
A nova era da maricultura começou no Estado. O ministério da Pesca e da Aquicultura entregou, na tarde de segunda-feira (2), 571 cessões de áreas de marinha, até então em posse da União, para que os maricultores catarinenses possam exercer a atividade legalmente. A luta dos produtores pela regularização das fazendas de moluscos vêm de anos. Entretanto, mesmo sem o incentivo do governo, Santa Catarina já se colocava na posição de maior produtora de moluscos do país, com 17 mil toneladas por ano. O ministro-bispo Marcelo Crivella espera que, com a cessão, o Estado passe a produzir 100 mil toneladas de moluscos por ano.
As concessões foram dadas diante de um processo licitatório rigoroso. Os maricultores tiveram que cumprir diversas exigências para ganhar o direito de posse. “Além dessas, mais 200 outorgas estão sendo julgadas, a maioria em Florianópolis”, garantiu. As áreas vão de um ou dois hectares, o equivalente a um campo de futebol, até 20 hectares.
De acordo com Crivella, a demora para a cessão das áreas aconteceu por causa das licenças ambientais. Foi preciso fazer estudos de impacto para avaliar as melhores maneiras de garantir a produção, sem afetar o meio ambiente. “A produção de moluscos pode criar uma área de dejetos, com amônio, que põe em risco a vida marinha. Por isso, fizemos pesquisas para determinar o tamanho das áreas, entre outras coisas”, justificou.
Sonho de 18 anos
O maricultor Fábio Faria Brognoli foi o primeiro a receber o documento de cessão da área da fazenda dele, de seis hectares, no Ribeirão da Ilha. Há 18 anos, Brognoli aguardava a legalização e o reconhecimento da atividade. Ele diz acreditar que a luta não acaba com a cessão. “O governo precisa investir em ações para aumentar o consumo. Santa Catarina produz 95% da ostra nacional, mas a produção ainda é pouco conhecida. Há preconceito”, avaliou. Ele e seus sete sócios produzem, por ano, 130 mil dúzias de ostra e 60 mil quilos de mexilhões.
Em Santo Antônio de Lisboa, a produção de mariscos continuava acelerada enquanto o ministro fazia a entrega das cessões. Nei Leonardo Nolli, produtor há 16 anos, carregava as caixas de ostra para o rancho de pesca, enquanto os ajudantes organizavam os moluscos na mesa. A notícia da regularização, segundo ele, que também é vice-presidente da Associação dos Maricultores do Norte da Ilha, animou quem vive da atividade. “Temos, agora, um documento que temos a propriedade, de valor nacional. Poderemos abrir linhas de crédito para comprar equipamentos e agilizar a produção”, disse. Lorenço da Rocha, há oito anos na atividade, garantiu que agora vai investir mais. “Estamos muito contentes”, finalizou.
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