Golfinhos se organizam em 'gangues'
Victoria Gill
Da BBC News
Golfinhos conseguem formar até três diferentes tipos de alianças, revela estudo feito no oeste da Austrália
Os golfinhos do gênero Tursiops, que inclui as espécies Tursiops truncatus e Tursiops aduncus, se organizam em "gangues", protegendo suas fêmeas de bandos rivais e ocasionalmente "mudando de lado", aponta um estudo realizado por cientistas na Austrália.
Conhecidas em inglês como "bottlenose dolphins", essas espécies tiveram seus movimentos analisados por especialistas baseados na Shark Bay, no oeste da Austrália, durante cinco anos.
Os resultados indicam que eles se movem em uma área que compreende centenas de quilômetros quadrados, e geralmente encontram diversos grupos organizados.Richard Connor, um pesquisador dos Estados Unidos que integrou a equipe, começou a estudar os golfinhos da Shark Bay ainda no início dos anos 1980.
Uma das principais características observadas na pesquisa do americano indica que os golfinhos vivem em uma "sociedade aberta", em grupos com "um mosaico de comportamentos semelhantes", ao invés de simplesmente se organizarem em grupos de machos que guardam um território específico.
O fato de os golfinhos migrarem em "gangues", e frequentemente encontrarem rivais, mostra o elevado grau de inteligência destas espécies, já que, ao se depararem com outros grupos, precisam decidir como se portar.
Victoria Gill
Da BBC News
Golfinhos conseguem formar até três diferentes tipos de alianças, revela estudo feito no oeste da Austrália
Os golfinhos do gênero Tursiops, que inclui as espécies Tursiops truncatus e Tursiops aduncus, se organizam em "gangues", protegendo suas fêmeas de bandos rivais e ocasionalmente "mudando de lado", aponta um estudo realizado por cientistas na Austrália.
Conhecidas em inglês como "bottlenose dolphins", essas espécies tiveram seus movimentos analisados por especialistas baseados na Shark Bay, no oeste da Austrália, durante cinco anos.
Os resultados indicam que eles se movem em uma área que compreende centenas de quilômetros quadrados, e geralmente encontram diversos grupos organizados.Richard Connor, um pesquisador dos Estados Unidos que integrou a equipe, começou a estudar os golfinhos da Shark Bay ainda no início dos anos 1980.
Uma das principais características observadas na pesquisa do americano indica que os golfinhos vivem em uma "sociedade aberta", em grupos com "um mosaico de comportamentos semelhantes", ao invés de simplesmente se organizarem em grupos de machos que guardam um território específico.
O fato de os golfinhos migrarem em "gangues", e frequentemente encontrarem rivais, mostra o elevado grau de inteligência destas espécies, já que, ao se depararem com outros grupos, precisam decidir como se portar.
Três tipos de alianças
Formação de grupos com diferentes níveis de interação social requer 'inteligência incrível'
Na região de Shark Bay, a solução encontrada pelos golfinhos foi a divisão em três diferentes tipos de alianças que os mantêm unidos.
A primeira se manifesta em duplas ou trios que trabalham juntos para capturar e manter fêmeas férteis. "Essas parcerias podem durar mais de um mês", diz Richard Connor.
No segundo tipo, os animais formam "equipes" de quatro a 14 machos que organizam ataques contra outros bandos para roubar suas fêmeas, ou para se defender de ataques rivais.
Já no terceiro tipo de aliança, os golfinhos mantêm "relações amigáveis" entre os grupos dominantes, unindo forças para formar "exércitos de golfinhos" e trabalhando juntos para resguardar suas fêmeas diante de potenciais ataques de grandes grupos rivais.
Evolução
Connor afirmou à BBC que um animal precisa ser "incrivelmente inteligente" para formar este tipo de sociedade em que grupos encontram outros grupos e devem decidir se os considerarão rivais ou aliados.
"A principal ideia para a evolução de cérebros realmente grandes é que o processo é guiado por relações sociais complexas", diz o pesquisador.
Além da decisão inicial de atacar ou se unir, os golfinhos de Shark Bay podem decidir até "mudar de lado", movendo-se de um grupo para outro ou retornando ao de origem.
De acordo com os cientistas que estudam estas espécies, somente os golfinhos de Shark Bay e os seres humanos conseguem produzir sociedades com estes níveis múltiplos de alianças entre machos.
Nichola Quick, da Unidade de Pesquisa de Mamíferos Marinhos da Universidade de St. Andrews, diz que compreender como os animais gerenciam suas redes de interação social é algo crucial para "realmente entender seu comportamento".
"Se, por exemplo, estivermos interessados nos impactos da atividade [humana] nos animais", afirmou, "só podemos realmente dizer se houve um impacto se soubermos o que os animais fazem 'normalmente'."
Na região de Shark Bay, a solução encontrada pelos golfinhos foi a divisão em três diferentes tipos de alianças que os mantêm unidos.
A primeira se manifesta em duplas ou trios que trabalham juntos para capturar e manter fêmeas férteis. "Essas parcerias podem durar mais de um mês", diz Richard Connor.
No segundo tipo, os animais formam "equipes" de quatro a 14 machos que organizam ataques contra outros bandos para roubar suas fêmeas, ou para se defender de ataques rivais.
Já no terceiro tipo de aliança, os golfinhos mantêm "relações amigáveis" entre os grupos dominantes, unindo forças para formar "exércitos de golfinhos" e trabalhando juntos para resguardar suas fêmeas diante de potenciais ataques de grandes grupos rivais.
Evolução
Connor afirmou à BBC que um animal precisa ser "incrivelmente inteligente" para formar este tipo de sociedade em que grupos encontram outros grupos e devem decidir se os considerarão rivais ou aliados.
"A principal ideia para a evolução de cérebros realmente grandes é que o processo é guiado por relações sociais complexas", diz o pesquisador.
Além da decisão inicial de atacar ou se unir, os golfinhos de Shark Bay podem decidir até "mudar de lado", movendo-se de um grupo para outro ou retornando ao de origem.
De acordo com os cientistas que estudam estas espécies, somente os golfinhos de Shark Bay e os seres humanos conseguem produzir sociedades com estes níveis múltiplos de alianças entre machos.
Nichola Quick, da Unidade de Pesquisa de Mamíferos Marinhos da Universidade de St. Andrews, diz que compreender como os animais gerenciam suas redes de interação social é algo crucial para "realmente entender seu comportamento".
"Se, por exemplo, estivermos interessados nos impactos da atividade [humana] nos animais", afirmou, "só podemos realmente dizer se houve um impacto se soubermos o que os animais fazem 'normalmente'."
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