"CABEÇUDA" ESTÁ DE VOLTA
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Foto Projeto Tamar |
Depois de trocar as águas catarinenses pelas gaúchas, a tartaruga macho da espécie cabeçuda, , encontrada encalhada em novembro do ano passado em Araquari, Norte do estado voltou a Santa Catarina neste mês. Ela passou por Florianópolis no dia 9 e agora está em Laguna, no Litoral Sul. Desde que foi devolvida ao mar, em 18 de dezembro, ela já percorreu 6,8 mil quilômetros.
Encontrada com um anzol preso no esôfago no dia 1º de novembro, a tartaruga foi submetida a uma cirurgia e recebeu cuidados de integrantes do Projeto Tamar até se recuperar completamente. Após ser solta no mar, na Capital, ela fez rápidas paradas na Praia do Rosa, em Imbituba, e em Laguna, até entrar no Rio Grande do Sul, por Torres. Em seguida, ela permaneceu nadando na região Sul do Litoral gaúcho por cerca de quatro meses, até voltar para Santa Catarina.
Pesquisadores do Projeto Tamar instalaram um GPS no casco da tartaruga, que transmite informações via satélite e permite o monitoramento do trajeto do animal. A maior parte dos estudos científicos sobre tartarugas marinhas é sobre fêmeas, por serem encontradas nas praias de desova. De acordo com o Projeto Tamar, a tartaruga macho, da espécie "Caretta Caretta", tem um alto valor biológico e científico.
A tartaruga foi encontrada em Araquari, Litoral de SC
— O que mais chamou a atenção nesses oito meses foi o fato de a tartaruga ter ficado tanto tempo próximo ao litoral do RS, o que reforça a possibilidade de o local ser uma área de alimentação para machos adultos. A velocidade da tartaruga diminuiu nessa região, o que indica que provavelmente não estava buscando águas mais quentes ou mais frias, por exemplo, mas sim estava se alimentando — afirma o biólogo Gustavo Stahelin, coordenador técnico do Projeto Tamar.
Ele explica que ao encontrar uma tartaruga morta, os pesquisadores abrem o estômago do animal e observam quais as espécies que foram ingeridas. Segundo ele, a mesma espécie que tem servido de alimento para a tartaruga macho no Sul do RS — o ermitão (Loxopagurus loxochelis) — é comumente encontrada na análise estomacal de tartarugas mortas.
No entanto, segundo Stahelin, conclusões mais precisas sobre o monitoramento da tartaruga só poderão ser divulgadas após no mínimo mais seis meses de observações.
— Esperamos que a bateria do GPS dure pelo menos mais seis meses, para que possamos observar um ciclo completo da tartaruga — afirma.
(Do DC - acesse www.diario.com.br )
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