sexta-feira, 19 de agosto de 2011

AO VENTO...


Tudo pronto para a primeira Corrida de Canoa a Vela – Travessia Baía Norte – De Ponta a Ponta, que acontece neste domingo (21.8), pela manhã, com largada da Ponta do Leal (Continente) e chegada na Ponta do Sambaqui (Sambaqui, Ilha de Santa Catarina).

Caso o vento não seja favorável a largada será feita na Ponta do Sambaqui, até a Ponta do Leal (neste caso as canoas serão rebocadas de volta a Sambaqui para a solenidade de premiação, almoço e apresentações musicais). O grupo Gente da Terra abre a programação às 13 horas. Depois se apresentam as bandas Sambará e outras.


O evento é organizado pelas entidades comunitárias do distrito de Santo Antônio de Lisboa (Sambaqui, Barra do Sambaqui, Cacupé e Santo Antônio) e Associação de Canoa a Vela da Costa da Lagoa, com o apoio da Prefeitura de Florianópolis.


Confira abaixo todas as informações sobre a Corrida.


Olho no tempo

Os organizadores da Corrida estão apreensivos com relação ao tempo e monitoram os institutos de previsão. O Ciram (Epagri), por exemplo, trás previsões alarmantes: fortes chuvas entre esta quinta-feira (18.8) e sexta (19.8) e no sábado (20.8) a chegada de um frio polar com ventos de SW/S entre 50 e 80 km/h. O sol volta no domingo (21.8), “mas gelado”. O Ceptec-INPE destaca a chegada do frio no sábado (20.8) com um Estado de Atenção. Em outro Aviso Meteorológico o mesmo órgão indica Estado de Atenção para as fortes chuvas que devem se concentrar na região Oeste catarinense.

CORRIDA DE CANOA A VELA
TRAVESSIA BAÍA NORTE - DE PONTA A PONTA
21 DE AGOSTO DE 2011

INSTRUÇÕES DE CORRIDA – REGRAS


1. Só participarão da competição canoas-de-um-pau-só.

2. O tamanho da vela é livre assim como o tecido da vela é livre, mas deve ter o formato clássico, quadrangular.

3. O governo da canoa poderá ser feito tanto com remo quanto com leme.

4. As canoas só podem ter com no máximo dois tripulantes.

5. Não pode ser usado lastro de nenhuma espécie, como saco de areia ou outro.

6. É obrigatório o uso de colete salva-vidas por todos os tripulantes.

7. A juria da prova – árbitro e seus auxiliares - será feita pela Comissão Organizadora

8. Nenhum tripulante menor de idade poderá competir sem a devida declaração de responsabilidade assinada pelos pais ou responsáveis.

9. O percurso será a travessia da Baía Norte: da Ponta de Sambaqui à Ponta do Leal

- Com ventos do quadrante Norte : largada Ponta do Sambaqui – chegada na Ponta do Leal

- Com ventos do quadrante Sul: largada na Ponta do Leal – chegada na Ponta do Sambaqui

10. Em caso de largada na Ponta do Leal (vento sul) as canoas de Sambaqui serão rebocadas até o Continente pelos barcos de apoio da Comissão Organizadora.

- Cada canoa que completar a travessia receberá uma ajuda de custo no valor de R$ 80,00

- Em caso de impedimento técnico ou de segurança para alguma canoa durante o percurso a Comissão Organizadora e o Árbitro decidirão se a canoa continua ou não classificada (ajuda de custo) .

- O percurso será de cerca de 6,5 milhas náuticas ou 12 Km.
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Largada

Largada autorizada a partir das 10:30 HORAS na Ponta do Sambaqui

Largada autorizada a partir das 11:00 HORAS na Ponta do Leal

- Todas as canoas alinhadas na areia com sua tripulação pronta para embarcar

1º sinal sonoro – buzina - aviso de 10 minutos para a largada

2º sinal sonoro - buzina - aviso de 5 minutos para a largada

3º sinal sonoro - buzina - aviso de 1 minuto para a largada

4º sinal sonoro – buzina - largada

- Percurso livre até o outro lado da Baía – sem bóias ou marcações.
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Segurança e disciplina

* Haverá barcos de apoio em todo o percurso, incluindo apoio do bote do Corpo de Bombeiros e Capitania dos Portos.

*A Capitania dos Portos através de seus canais oficiais emitirá um Aviso aos Navegantes comunicando a realização da travessia e alertando de que embarcações lentas e de manobrabilidade limitada estarão na Baía Norte nesse período.

*As condições climáticas – condições de segurança - poderão alterar tanto o percurso como também cancelar a travessia – decisão que ficará a cargo da Juria da Prova – árbitro de prova e seus e auxiliares.

*Todo participante deve contribuir para o espírito esportivo, de camaradagem e de ética no mar.

*Comportamentos considerados pela Juria de Prova como inapropriados ao espírito do evento desclassificará a canoa, sem direito à ajuda de custo.

*A Juria de Prova é soberana e suas decisões em prol da segurança de todos os participantes e deverão ser acatadas sem restrições.
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Inscrições

A inscrição é gratuita e poderá ser feita nos seguintes locais e de várias formas:

- Na Ponta do Sambaqui – no dia do evento até as 9h da manhã, com a Comissão Organizadora.

- Por telefone:

Santo Antônio de Lisboa, Barra do Sambaqui e Sambaqui: Cláudio Andrade – 8419 0108 e Rodrigues ( Lindão) 9135 3055

Secretaria do Continente: Adriano Stoeterau –9936 0011

Costa da Lagoa: Jackie Goulart –9952 0010 / 91781477 e Newton Ney - 9976 6622

- Por e-mail: engenhoandrade@gmail.com ou velaeventos@terra.com.br

No momento da inscrição cada canoa receberá ficha de inscrição para ser preenchida na hora; 2 camisetas; adesivo para cada lado da vela; cópia resumida dessa instrução.
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Programação após a travessia

Na praia da Ponta do Sambaqui, após a chegada da última canoa:

SOLENIDADE DE PREMIAÇÃO
TROFÉUS ESPECIAIS PARA:\
Campeão / Vice-Campeão / 3º Lugar
Troféus de Participação para todos os canoeiros
Entrega da ajuda de custo no valor de R$ 80,00
Almoço para os canoeiros e pessoal de apoio.

Comissão Organizadora
Jackie Goulart / Cláudio Andrade/ Adriano Stoeterau
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Um pouco sobre as canoas

Os Carijós usavam duas espécies de canoas. Uma, era esculpida em um pau só, inteiriço, o monóxilo, que cavavam a frio quando a madeira era mole ou por meio do fogo no caso contrario; e chamavam a este tipo igára, de y-gára (a que flutua). As grandes canoas deste sistema eram chamadas de igára-oçu ou igára-tê (canoa de vulto ou verdadeira), que comportavam, muitas vezes, de 40 a 60 pessoas.

Os Carijós empunhavam o remo com rara mestria e o manejavam com cadência. Remavam, em geral, de pé.

Enquanto remavam cantavam suas cantigas nheengareçava. Faziam também uma espécie de regata Mo nheenga que por muito tempo existiu entre nós, com o nome de Morenga. Murú ou Mururú eram as denominações dadas aos naufrágios.

Os açorianos chegados à ilha de Santa Catarina passaram a usar as canoas indígenas na pesca e no transporte, promovendo algumas adaptações e sofisticações como pintura, borda, breque, banco e vela. A necessidade obrigou carpinteiros açorianos a se tornar exímios canoeiros, grandes construtores de canoas de garapuvu.

Com o advento da tecnologia e leis ambientais mais rigorosas, as canoas de garapuvu foram substituídas por embarcações de fibras ou alumínios, motorizadas.

Os velhos canoeiros que detinham o conhecimento do oficio não puderam transmitir as técnicas aos mais novos, levando ao recente desaparecimento das tradicionais canoas de um pau só de nosso litoral.

Promover a Corrida de Canoa foi a forma que encontramos, enquanto entidades comunitárias, de provocar uma reflexão sobre essa questão tão importante da cultura indígena-açoriana. E colocar o evento de forma definitiva no calendário cultural de Florianópolis.

Texto: Claudio Andrade
Pesquisa – Edson Luiz da Silva/Velho Bruxo

(Saiba mais e mergulhe fundo no www.sambaquinarede2.blogspot.com)

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