terça-feira, 21 de junho de 2011

DEU NO JORNAL...

Foto Andrea Ramos
SAFRA DE TAINHA
Fartura não baixa o preço
A aposentada Maria dos Santos, 76 anos, correu até o Mercado Público ontem, em Florianópolis. Queria comprar tainha fresca para o feriadão, daquelas capturadas no dia anterior nas praias do Norte da Ilha. E de quebra, quem sabe, garantir um preço menor no peixe recém-chegado ao comércio. Mas o que encontrou por lá acabou nem fazendo tanta diferença no bolso.
Assim como Maria, muitas pessoas foram até o local na expectativa de que os lanços realizados neste último final de semana, que resultaram em cerca de cem toneladas – gerassem uma queda nos preços. Mas grandes lanços nem sempre são sinônimo de preços baixos. E a expectativa dos próprios peixeiros também não é muito animadora: o preço só deve baixar se outros lanços como os do final de semana se repetirem. – Foi bastante peixe, mas um único lanço assim, isolado, não faz diferença para nós. Isso porque ele precisa ser dividido entre peixarias de todo o Estado e, cada uma, acaba ficando com pouco. Não faz diferença para nós e não é suficiente nem para baixar o preço – afirma Jorge Jacques, gerente de uma das peixarias do Mercado. Capturas pequenas impedem queda no valor do peixe A justificativa é unânime entre as peixarias. Até agora, o que impediu essa queda foram, justamente, os pequenos lanços, que não vêm enchendo os freezeres das peixarias. Nem os próprios pescadores, por sua vez, acabam reduzindo o preço de venda para os atravessadores. – Pelo ritmo que anda, acho difícil o preço baixar ainda mais até o fim da temporada. Ela já está se encaminhando para o fim e os grandes lanços quase não têm sido vistos por aí – diz Fernando Guimarães, responsável por outra peixaria. O preço médio do quilo do peixe no Mercado Público varia de R$ 6 a R$ 10, dependendo se o peixe vem com ou sem ova, limpo ou sujo.
Segundo o gerente de vendas Aldo Silva, um estabelecimento comprou 30 toneladas de tainha dos lanços do fim de semana, o que teria provocado a redução dos preços no local. Com os freezeres recheados e alguns deles expostos até mesmo no corredor, para atrair o consumidor, a peixaria fazia sucesso ontem. Até as 14h, quase mil tainhas já haviam sido vendidas.
– Compramos 30 toneladas, mas elas não vão durar nem cinco dias – festejava Aldo.
(Sâmia Frantz - Jornal Hora SC - www.clicrbs.com.br )

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