Foto Fernando Alexandre
E A TAINHA APARECEU
Um olho no mar e outro na licença
Na pesca artesanal, o peixe já foi capturado, enquanto que na industrial, algumas empresas ainda não conseguiram a liberação– Quem irá pagar o prejuízo dos barcos parados enquanto esperamos as nossas licenças? A pergunta de Luciano Cabral, coordenador de cerco do Sindicato dos Armadores e das Indústrias da Pesca de Itajaí e Região (Sindipi), demonstra a preocupação da classe da pesca industrial do Sudeste brasileiro.
Eles estão impedidos de sair para a pesca da tainha porque ainda não estão com as licenças em mãos. A novidade para este ano foi a contemplação de apenas uma embarcação por empresa ou armador, o que gerou insatisfação da classe. Para os pescadores industriais saírem em busca das tainhas necessitam da liberação feita pelo Ministério da Pesca e Aquicultura. Dia 18 foi o limite para a entrega da documentação para o ministério.
Cabral afirma que toda a papelada solicitada foi entregue na quarta-feira passada, ou seja, três dias depois da abertura oficial da temporada. Foram 114 embarcações que entraram com o pedido, sendo que dessas, 78 são catarinenses.
– Enquanto não sai a licença, temos que ficar esperando. Por que eles não liberam quem já foi aprovado? – questiona Cabral.
A ministra da Pesca e Aquicultura, Ideli Salvatti, discorda de Cabral. Segunda ela, o sindicato acompanhou todo o processo burocrático, que também é exigido pelo Ministério do Meio Ambiente.
– Inclusive, foi combinado com o Sindipi que deixasse a documentação pronta para todas as embarcações. O que não aconteceu.
Ideli disse que somente 60 embarcações tiveram as documentações entregues e não as 114.
– Eles fizeram um imenso barulho, pois ainda falta a documentação de mais da metade dos barcos.
A demora em concluir o processo de liberação se deu com base na decisão do Tribunal de Contas (TCE) que revogou a decisão dos 60 barcos. Ontem foram autorizadas 53 licenças.Ministra teme o fim da pesca com mais barcos liberados
Quanto ao pedido dos pescadores industriais para aumentar o número de barcos licenciados para a pesca da tainha (que hoje é de um para cada empresa ou armador), Ideli Salvatti deverá dar uma resposta na segunda-feira. A ministra disse que caso não tenha um limite, a pesca de maior tradição de Santa Catarina pode acabar.
– Pescamos a tainha na época em que ela esta na desova. Não podemos dar autorizações além do razoável.
(De Guto Kuerten - guto.kuerten@diario.com.br, no Diário Catarinense - www.diario.com.br )
Nenhum comentário:
Postar um comentário