Rodízio para evitar rixas
A Secretaria Especial de Pesca e Aquicultura intermediou um acordo entre pescadores artesanais da Barra da Lagoa, no Leste da Ilha de SC, para que a captura da tainha seja realizada no esquema de rodízio.
A medida se restringe a parte da praia chamada de Prainha, que recebe os cardumes primeiro. O rodízio ocorre entre os pescadores ligados à associação de pesca local, que possuem licença, e os desvinculados da entidade. Antes do acordo, apenas os associados tinham autorização para pescar. Agora, o segundo grupo conseguiu a licença e também poderá jogar as redes. A divisão para ambos será entre dias pares e ímpares. A mediação ocorreu para dissolver uma rixa que estava havendo na área.
Mas por enquanto, nenhuma das partes conseguiu ver as suas redes cheias. Amilton Álvaro Martins, 41 anos, aproveita o barco parado para usar a tarrafa no canal. A experiência de 27 anos no mar fez a diferença na manhã de ontem. A captura de treze peixes fez a festa dos nativos e dos pescadores mais experientes. Com a ajuda de dois pescadores, retirou a tarrafa. Não levou nenhum peixe. Dividiu com quem estava por ali.
– Pouco assim é apenas para consumo ou para dividir entre as famílias e os amigos. Se sobrar, vendemos.
A falta de peixe alega ser culpa do vento sul proveniente do estado gaúcho, que ainda não chegou. Ele fica indignado com pessoas que tiram férias ou não tem o que fazer e aproveitam para pescar tainha.
Martins suspira ao lembrar da maior pesca, dois anos atrás, em sua embarcação e com uma rede de 460 metros por 15 de altura.
– Foram três toneladas de belos peixes. Mas é assim, podemos ficar dias sem pescar, mas apenas num lance vale pela safra toda.
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