Após o naufrágio de um barco com imigrantes ilegais africanos próximo à Ilha de Lampedusa, na Itália, estimativas indicam que até 250 podem estar desaparecidos. A Guarda Costeira italiana localizou 15 corpos e resgatou 48 sobreviventes ontem. O número de desaparecidos, no entanto, é controverso. A Itália estima que o barco, de 13 metros de comprimento, levava 200 imigrantes, enquanto a Organização Internacional de Imigração afirma que mais de 300 pessoas estavam na embarcação. Pelo menos 130 pessoas estão desaparecidas, possivelmente mortas, mas as autoridades locais afirmam que não perdem a esperança de resgatar mais náufragos vivos. Pietro Carosia, oficial da Guarda Costeira da Itália, disse que as operações de resgate incluem helicópteros italianos, barcos de patrulha e um avião enviado pelo governo de Malta, mas são dificultadas por ventos fortes e mar revolto. De acordo com o oficial, o barco tinha zarpado da Líbia e trazia imigrantes de Bangladesh, Chade, Costa do Marfim, Nigéria, Somália e Sudão. Há indícios, também, de que muitos a bordo sejam imigrantes ilegais partindo da Tunísia. Segundo outra versão, divulgada por diversos jornais, a maioria seria de eritreus e somalis. A embarcação naufragou a cerca 70 quilômetros da pequena Ilha de Lampedusa, segundo as autoridades italianas. A ilha, que fica mais próxima do norte da África do que da Itália continental, sofre uma crise humanitária com uma onda de imigração de tunisianos. Desde janeiro, a ilha, que tem apenas 5 mil habitantes, já recebeu mais de 20 mil imigrantes ilegais. Sem espaço nos abrigos, milhares ficaram em barracas improvisadas ou nas ruas. Os imigrantes, que viajavam em embarcações superlotadas, haviam pedido ajuda através de um telefone por satélite, segundo a imprensa italiana. Duas lanchas da Guarda Costeira e um helicóptero da Guarda de Finanças responderam ao pedido de socorro às 4h hora local (23h de terça-feira em Brasília). As condições adversas do mar dificultaram as tentativas de resgate dos imigrantes, que acabaram caindo no mar durante as operações, segundo explicaram fontes da Capitania dos Portos. De acordo com a Organização Internacional de Migração (IOM, na sigla em inglês), apenas duas de cerca de 40 mulheres a bordo sobreviveram. – Os sobreviventes estão em estado de choque. A ilha, que tem apenas 5 mil habitantes, não tem estrutura para abrigar tantos imigrantes. Há três semanas, um barco com 35 imigrantes vindos da Tunísia naufragou a caminho do continente europeu, e ainda não se sabe o que aconteceu com seus passageiros. De acordo com a associação humanitária Fortress, 3.616 pessoas morreram no Mar Mediterrâneo entre 2006 e 2008 tentando chegar à costa da Europa. - Pelo menos 2 mil refugiados dos conflitos na Somália e Eritreia chegaram em precárias embarcações à Itália, entre elas uma mulher que deu à luz em uma balsa, enquanto outra perdeu seu bebê.
(Com informações da BBC e AFE)