No Pântano do Sul, os peixes cercados este ano já superaram os da safra do ano passado.
UMA DAS PIORES SAFRAS NA ILHA
O prazo para a pesca da tainha em Santa Catarina termina na próxima quinta-feira, mas tem sido difícil encontrar um rancho de pesca trabalhando a todo vapor, em Florianópolis. Para os pescadores, a tainha já passou por aqui.
— Na verdade, estamos esperando o último vento sul antes do fim da temporada. Mas vai ser difícil recuperar o prejuízo — lamenta Alex Sandro Fenabio, 34 anos.
Além dos R$ 1,5 mil investidos pelos pescadores, na praia do Moçambique, no Leste da Ilha de Santa Catarina, foi preciso reconstruir o rancho, destruído pela ressaca, há cerca de um mês. Os planos de juntar dinheiro para comprar mais uma rede (cada uma custa, em média, R$ 16 mil), ficaram só na vontade.
Alex explica que os cerca de 1,2 mil peixes capturados pelo grupo nem foram vendidos. Foram distribuídos entre eles e as pessoas que ajudaram a puxar a rede do mar.
Estimativa
A safra só não foi pior do que em 2005, no Estado. O presidente da Federação dos Pescadores de Santa Catarina, Ivo da Silva, afirma que, até agora, foram capturadas 620 toneladas de tainha em todo o litoral catarinense. Bem diferente do ano passado, quando o montante foi de 1.900 toneladas, e de 2008, quando foram pescadas 1.800 toneladas.
Safra de amigos na Barra da Lagoa
Na Barra da Lagoa, metade das redes já seca, ao sol, para ser guardada. A outra está pronta para ser usada, em um dos barcos do rancho Saragaço.
— A esperança é a última que morre — garantiu o pescador Marcio Polidoro Vieira, 39 anos.
Lá, não houve prejuízo, nem lucro. O grupo de 31 homens capturou 6 mil tainhas — a quantidade que normalmente se pescava em um lanço, no ano passado. Mas também não falta bom humor.
— Fizemos muitos amigos e conseguimos até doar peixes para a Festa de São Pedro, um colégio e duas creches — comemora o coordenador do grupo, Laurentino Benedito Neves, 48 anos.
(Edição de hoje do Hora de Santa Catarina - Matéria de Bianca Backes)
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