quinta-feira, 17 de junho de 2010

O Mar dá, o Mar leva...

Foto Fernando Alexandre
Agora, a Maré Morta
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Após as ressacas no final de maio, agora é a maré seca que chama a atenção dos catarinenses. Além de revelar a faixa de areia, que ficou encoberta pela água nas últimas três semanas, a maré baixa, conhecida como seca ou morta, trouxe à tona lixo e entulho. As mudanças no cenário não param por aí: a água do mar, em diversos pontos do Litoral, ficou escurecida e turva. De acordo com especialistas, a oscilação da maré é um fenômeno normal que ocorre a cada 15 dias. O professor da Fundação Universitária de Rio Grande (Furg) e PHD em Ciências Oceânicas, Eloi Melo, diz que as mudanças no mar ocorreram por causa da tentativa das praias de voltarem ao estado que tinham antes da ressaca. Melo explica que a praia (um traçado que percorre, na zona emersa, uma faixa entre as dunas, areia, zona de arrebentação das ondas, e se estende até uma profundidade de 10 metros mar adentro) é um sistema dinâmico que trabalha para manter o próprio equilíbrio. Por isso, é comum as praias apresentarem variações de largura. — A ressaca tira a areia exposta da praia e a leva para o mar. Para manter o equilíbrio, depois que a ressaca cessa, as ondas devolvem a areia para a parte emersa. Não é o mar que recuou, mas a areia que está voltando ao seu espaço anterior. É normal que a linha de costa avance e recua diariamente. Mudança no cenário Para o oceanógrafo da Epagri, Argeu Vanz, o cenário litorâneo mudou por causa da combinação de diversos fatores. Associados à maré astronômica, influenciada pela entrada da lua nova no dia 12, à ausência da maré meteorológica, e à ocorrência de vento norte, os efeitos da maré baixa ficaram mais perceptíveis. Um dos efeitos desagradáveis que o avanço da areia causou, combinado com as chuvas intensas da últimas semanas, foi o aparecimento de lixo (galhos, entulhos) na orla e o escurecimento da água do mar em alguns pontos do Litoral. Vanz comentou que, na segunda-feira, a tábua de marés, medida da variação de amplitude das marés baixa e alta (preamar) feita a partir de cálculos matemáticos e observações históricas, registrou a maior variação do mês. A tábua das marés indicou uma variação de 1,1 metro entre a maré seca, às 11h15min, e a preamar, às 16h32min. De acordo com o meteorologista da Epagri, Marcelo Martins, a previsão é que a maré baixe ainda mais nesta semana porque não há previsão de vento sul, que "empilha" a água do mar na costa, e nem a previsão da ocorrência de ciclones, que influenciam as marés meteorológicas. (Matéria do DC, de Francine Cadore / francine.cadore@diario.com.br )

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