Um pescador pegou um marlim azul na manhã de terça-feira na praia de Ponta das Canas, Norte da Ilha de Santa Catarina. O animal, que tem 2,24 metros de comprimento e pesa 27 quilos, enroscou-se na rede de pesca.
Segundo Avair Oscar Angelo, técnico ambiental do Laboratório de Peixes Marinhos da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), nesta época do ano é maior a incidência do peixe perto da costa, principalmente por causa da temperatura da água, que está mais quente.
No litoral catarinense, a presença do peixe não é tão comum. A Polícia Ambiental e o Ibama afirmam que o marlim azul é geralmente fisgado em águas profundas. A analista ambiental Roberta Aguiar dos Santos, do Centro de Pesquisa e Gestão de Recursos Pesqueiros do Litoral Sudeste e Sul (Cepsul), acredita que, para o animal estar tão perto da costa, é possível que ele estivesse doente ou debilitado.
Para provar que não foi história de pescador, Lourenço Valmor dos Santos, de 30 anos, responsável pela captura acidental, guardou a cabeça do animal e fatiou em "filés" o resto do peixe para distribuir aos amigos. Porém, teve de se esforçar bastante para conseguir colocar o jantar especial no barco de 3,5 metros de comprimento.
— Muito complicado para tirar da água. Além de ser pesado, era quase do tamanho do barco — relembra Santos, que trabalha como porteiro e pesca nas horas vagas. A pesca incomum custou o preço de uma rede de 30 metros, já que aquela na qual o marlim se enroscou ficou danificada.
O marlim azul é um peixe comum nas águas tropicais e subtropicais dos oceanos Atlântico e Pacífico. É uma espécie muito procurada em pesca esportiva. Há registros de marlins com cerca de quatro metros de comprimento.
Vivem em lugares com até cem metros de profundidade e é encontrado com mais freqüência nas regiões de Vitória e Guarapari (ES); Salvador e Ilhéus (BA); Cabo Frio (RJ) e Ilhabela (SP).
A pesca comercial do marlim azul é proibida por lei desde 2005. A intenção é estimular os pescadores de grandes embarcações a devolver ao mar os peixes capturados acidentalmente. Os que forem pegos mortos, devem ser entregues a instituições de pesquisa.
— Como o Lourenço pegou acidentalmente, e é rara uma captura como essa aqui no litoral, não é caracterizado como um crime. Se estivesse na lista de animais em extinção — o que não é o caso — aí sim seria crime ambiental — explica Benedino Souza Vieira, sargento da Polícia Militar Ambiental.
(Informações DC)
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