sexta-feira, 16 de abril de 2010

TOMBEAU DE MONSIEUR DE BERNIS
Ternura, marca
dos maus poetas.
Rondo-te rinocerontes, curvo-te
aos meus caprichos – na
aparência. Tu que dizes:
- tuas vontades são ordens.
Ternura marca dos
Execráveis bele-
tristas. Tristes fezes.
Moves com a bengala
tal basura. E citas Rilke.
E comes bosta.
Dizes: - queres estar livre de tudo?
Falo: - de tudo, menos do amado.
Ternura, apedrejamento
do poeta. – “Desceu
para a morada de baixo”
Ternura, engulho dos poetas.
Beliza em seu jardim
catando piolhos. E mira-se
em soneto de Marino, a puta.
Rodrigo De Haro
(de Caliban e Outros Poemas, 1997)
*
NA COYOTE
*
"A linguagem da poesia será fatalmente constituída por sucessivo espanto, ou não será nada". É o que afirma em entrevista o poeta e artista plástico catarinense Rodrigo de Haro (1939), no dossiê dedicado à sua obra poética no novo número da revista de literatura e arte Coyote.

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