terça-feira, 9 de fevereiro de 2010

9 DE FEVEREIRO - DIA DO SURFE

Duke Kahanamoku Jack London
Aloha! Jack London, escritor norte-americano, assombrou o mundo ao publicar em A Travessia do Snark, em 1912, um apaixonado relato sobre homens de ilhas do Pacífico que tinham os tornozelos alados e como um Mercúrio capturavam, domavam e cavalgavam as ondas. Nesse mesmo ano, um atleta olímpico de pele escura e cabelos negros conquistava na Suécia medalhas de ouro nadando. Dizia que seu esporte preferido era o he’nalu (em havaiano, “deslizar sobre as ondas”).
London e o havaiano Duke Kahanamoku impediram o desaparecimento do surfe no chamado mundo moderno. Praticado há milênios em ilhas do Pacífico, sempre com forte caráter religioso, o surfe tinha sumido com a chegada do homem branco. Através de London e Duke, ressurgiu, virou moda, mídia e indústria na Califórnia do final dos anos 1950.
Filmes como Alegrias de Verão e músicas de Dick Dale e Beach Boys embalaram a onda que chegou ao Brasil no final dos anos 1960, transformando a praia do Arpoador, no Rio, em sua Meca. Segundo esporte mais praticado e com uma galera de mais de 3 milhões de adeptos, inclusive em cidades sem mar, o surfe passou a ser mais que o ato de deslizar sobre as ondas. Transformou-se em modo de vida e maneira de encarar o mundo e se relacionar com ele. Desenvolveu linguagem própria, seja na maneira de vestir, de se comportar ou mesmo de falar.
Aloha!
Fernando Alexandre
(Fernando Alexandre é jornalista, poeta, editor e autor do Dicionário do Surf - A Língua das Ondas, Cobra Coralina Edições, 2004.) cobracoralina@brturbo.com.br Texto publicado na edição de fevereiro de 2005 da revista "ALMANAQUE BRASIL"

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