terça-feira, 29 de janeiro de 2013

MAR ENVENENADO

Arte Divulgação


 Mariscos e ostras do Ribeirão da Ilha não estão contaminados com ascarel, aponta análise da USP


Secretaria da Agricultura e da Pesca avalia que não há motivos para restringir consumo de moluscos

A Secretaria de Estado da Agricultura e da Pesca e a Companhia Integrada de Desenvolvimento Agrícola de Santa Catarina (Cidasc), informou na manhã desta terça-feira, que a análise das amostras de moluscos coletadas na Baía Sul deu negativa para presença de Bifenilas Policloradas (PCB), substância tóxica conhecida como ascarel). 

A análise, feita pelo Laboratório de Química Orgânica Marinha da Universidade de São Paulo (USP), foi solicitada após o vazamento de óleo na subestação desativada da Celesc, na Tapera. Por causa do risco de contaminação, a Fundação de Meio Ambiente (Fatma) embargou a extração de molusco até a freguesia do Ribeirão da Ilha. Nesta segunda-feira, a Justiça Federal determinou que a área de interdição fosse ampliada para toda a Grande Florianópolis. 

Com o resultado dos exames, a Secretaria da Agricultura e da Pesca e a Cidasc avaliam que não há motivos para restrições ao consumo de ostras, mariscos, berbigões, peixes e crustáceos na área da Tapera até a Freguesia do Ribeirão da Ilha em Florianópolis.

Nas nove amostras, cada uma com um quilo, coletadas por técnicos da Cidasc entre os dias 14 a 17 de janeiro não foram detectados a presença de PCBs. Segundo o relatório da USP, elaborado pela doutora Satie Taniguchi, "a hidrodinâmica local pode ter favorecido a dispersão dos PCBs provenientes do vazamento ocorrido. Além disso, os moluscos podem não ter sido atingidos por essa dispersão, uma vez que não apresentam nenhum indício de acumulação desses compostos".  

No relatório é destacado que os moluscos bivalves têm sido muito utilizados como os melhores organismos para monitorar a bioacumulação de contaminantes-traço, como os PCBs, de ambientes costeiros, sendo utilizados como organismos-sentinela em escala mundial. Como animais sésseis, os mexilhões filtram grandes quantidade de água para se alimentar, sendo expostos, portanto, às substâncias tóxicas solúveis ou associadas a partículas.

O secretário de Estado da Agricultura e da Pesca, João Rodrigues, salientou a importância da agilidade nos resultados dos exames que verificam a presença de PCB nos moluscos para que os maricultores da área interditada possam voltar a produzir. Rodrigues determinou que nesta quarta-feira seja realizado uma reunião extraordinária do Comitê Estadual de Controle Higiênico-Sanitário de Moluscos Bivalves para analisar o resultado dos exames e o monitoramento constante de toda região.

(Do DIÁRIO CATARINENSE - www.diariocatariense.clicrbs.com.br/sc)

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