quarta-feira, 12 de abril de 2017

MORFINA NA VEIA!

O Flang Blenny tem caninos poderosos. Com eles o peixe injeta morfina em suas presas (foto: sciencemag.org)

Peixe injeta morfina em predadores 


Ele é do tipo ornamental, seu corpo é pequeno, colorido, mas seu veneno… o peixe injeta morfina em seus predadores. A descoberta é de cientistas ingleses e australianos. Falamos do Fang Blenny, cujo habitat são os corais do Índico. Para escapar de seus predadores o pequenino Fang Benny injeta um composto parecido com uma mistura de morfina e heroína. A dose provoca queda na pressão sanguínea e que deixa o predador sem ação. Assim escapa o pequeno Flang Blenny. O peixe desenvolveu caninos poderosos com os quais injeta o veneno em suas presas.

A notícia saiu pelo site da BBC, e menciona uma pesquisa com especialistas da Liverpool School of Tropical Medicine, no Reino Unido, e da Universidade de Queensland, na Austrália, publicada na revista especializada Current Biology. Bryan Fry, da Universidade de Queensland, explica que peixes com algum tipo de mordida venenosa normalmente produzem dores imediatas.

Uma das maiores dores que sofri na minha vida foi quando fui picado por uma arraia. Foi algo infernal

Curiosamente foi isso que despertou a curiosidade dos pesquisadores: eles queriam entender por que a mordida do peixe ornamental era indolor. Nicholas Casewell, cientista da Liverpool School of Tropical Medicine, disse:
Mordidas ou picadas dolorosas são um mecanismo de defesa útil – os predadores aprendem a evitá-las

Predadores ficam anestesiados depois da mordida

Casewell conta que os estudos sobre o Fang Blenny, feitos nos anos 70, observaram o comportamento de peixes maiores.

Eles colocavam os blennies na boca, mas rapidamente começavam a tremer e a abriam novamente. O fang blenny simplesmente nadava para fora.

Ao analisar a composição do veneno, os cientistas descobriram o opiáceo, composto conhecido como potente analgésico e usado tanto como remédio quanto droga recreativa, como no caso da heroína. Esse tipo de composto causa também queda na pressão sanguínea, levando a tonturas e estado de fraqueza.

A nova descoberta, diz Casewell, é uma amostra da importância de preservação dos recifes de coral, ameaçados pelo aumento na temperatura dos oceanos.

Corremos o risco de extinguir uma espécie que pode conter algo útil para os humanos. Podemos estar destruindo um recurso antes mesmo de encontrá-lo.

Bryan Fry faz coro com o colega, apontando para as aplicações práticas que o fang blenny pode ter para a ciência.

Seu veneno pode ser a fonte da mais nova droga analgésica do mercado, mas podemos perder a chance de desenvolvê-la se extinguirmos o habitat desta e de outras criaturas vivendo em corais

(Do http://marsemfim.com.br/)

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