sexta-feira, 15 de junho de 2018

PESCA EMBARCADA

Pesca tainha - Divulgação/ND

Safra da tainha já rendeu 793 toneladas este ano em Santa Catarina

Número representa 66% da cota definida pelo Ministério do Meio Ambiente para o Estado

ANDRÉA DA LUZ, FLORIANÓPOLIS 

A temporada da pesca da tainha, que começou no dia 1º de maio, começa a encher os olhos de quem frequenta as praias catarinenses. A grande quantidade e a qualidade dos peixes compensou a espera pela aparição dos cardumes no Estado.

De acordo com o "tainhômetro" do MMA (Ministério do Meio Ambiente), até às 18h33 desta quinta-feira (14), 793,1 toneladas haviam sido capturadas por pescadores artesanais em Santa Catarina. O número representa 66,3% da cota definida pelo ministério, que é de 1.196 toneladas.


O frio e o vento sul ajudam a trazer as tainhas em direção à região costeira, mas este ano as temperaturas demoraram a cair, retardando a aparição dos cardumes. Com a baixa nos termômetros, vieram também os bons prognósticos de uma safra com excelentes resultados. Tanto que os barcos pesqueiros industriais, que só foram autorizados a pescar as tainhas a partir do dia 1º de junho, já encerraram a temporada no dia 11. Enquanto isso, os pescadores artesanais continuam lançando suas redes na expectativa de que muitos peixes ainda serão pegos nesta safra.

Na Barra da Lagoa, em Florianópolis, por exemplo, a espera durou cerca de um mês e meio. Até que um lanço na última semana trouxe três toneladas do peixe, o maior desta temporada no local. Ainda na Capital, a comunidade da praia da Lagoinha comemorou a chegada de 2,7 mil tainhas, também o maior lanço deste ano, por enquanto.

No Sul do Estado, outra grande captura no começo de junho chegou a 32 toneladas, somados os lanços de Porto Novo, Praia do Rosa, Praia Vermelha e praia do Porto.

Segundo o conselheiro da Fepesc (Federação dos Pescadores de Santa Catarina), José Frutuoso Góes, o Zequinha, a temporada está boa, embora a do ano passado tenha sido melhor. Mas os pescadores não perdem a esperança, especialmente com a previsão de novas ondas de frio no Estado. "O vento sul forte atrapalha um pouco, mas assim que ele acalmar deve dar mais tainha", aposta Zequinha. 

O conselheiro afirma que este ano os grandes pesqueiros conseguiram capturar tainhas a uma profundidade de quase 70 metros, na área entre Tramandaí (RS) e o litoral sul catarinense. "Isso nunca tinha sido feito, não nessa profundidade", conta. E não há reclamações em relação à pesca industrial. "Foi até boa, porque eles acabaram achando os cardumes pra nós", conta Zequinha.

Entenda a pesca por cotas

A publicação da Portaria Interministerial nº24/2018 do MMA trouxe novidades para a safra deste ano. O documento estabelece cotas para os barcos pesqueiros industriais (traineiras) e para os pescadores artesanais (pesca de emalhe anilhado). Essa é uma forma de controlar a captura e garantir a preservação da espécie, evitando o esgotamento dos cardumes nas regiões Sul e Sudeste do Brasil.

Ao todo, 50 embarcações industriais foram autorizadas a capturar o peixe em alto mar em todos os estados da região Sul e Sudeste.

As embarcações de Santa Catarina ficaram limitadas a uma cota de 2.221 toneladas. Em pouco mais de uma semana, as traineiras obtiveram uma grande produção e os registros de desembarque ultrapassaram, na manhã do dia 11 de junho, a marca de 80% da cota estabelecida (1.777 toneladas). Com isso, o Comitê de acompanhamento do uso das cotas do MMA resolveu encerrar a temporada industrial.

Já a pesca artesanal, que utiliza o emalhe anilhado, teve autorização para levar 130 embarcações para o mar, em todos os estados da região Sul e Sudeste.

Em Santa Catarina, a cota estabelecida foi de 1.196 toneladas. O encerramento da temporada de pesca acontece quando for atingido 90% das cotas de captura, ou 1.076 toneladas. Até o momento 66,3% da cota foi alcançada.

(Do https://ndonline.com.br/)

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