quinta-feira, 14 de dezembro de 2017

NAS ONDAS...


Ondas não servem apenas ao surfe: saiba o que a ciência acha delas

Atraindo desde atletas altamente qualificados a praticantes de fim de semana, o surfe é um esporte amado ao redor do planeta. Tudo o que você precisa é de mar, ondas e entusiasmo.

Mas se manobras radicais encantam observadores, pouca atenção se presta à ciência que torna isso possível. E que não é nem um pouco menos impressionante.

A matéria original é da BBC.

Uma onda poderia carregar a bateria de 30 milhões de smartphones

Quem já viu ondas batendo na areia percebeu a enorme energia que elas têm. E essa energia parece ser uma das mais promissoras fontes renováveis do futuro, potencialmente suprindo 10% da demanda global.

Formação das ondas

Ondas são formadas de diversas maneiras. Mas, na maioria dos casos elas são criadas pelo vento soprando na superfície do oceano. Enquanto a onda viajar em velocidade menor que a do evento, energia será transmitida do vento para a onda.
Equações podem determinar de forma precisa a quantidade de energia de uma onda

Há complexas equações que podem determinar de forma precisa a quantidade de energia das ondas. Em termos simples: o quanto maior a onda, maior sua energia. E existem poucos lugares do mundo com ondas tão grandes como Nazaré, Portugal.


As monstruosas ondas podem chegar a 30,5m de altura graças à combinação entre a posição geográfica e o relevo submarino. Geradas por tempestades no Atlântico Norte, em profundidades de até 4900 m, as ondulações são amplificadas ao se aproximarem da costa e crescem bastante.

Imagine a energia contida em uma onda tão grande quanto um prédio de oito andares. Alguns cientistas já estimaram que algumas das ondas de Nazaré poderiam carregar a bateria de 30 milhões de smartphones.

Segredos das ondas

Nazaré está longe de ser o único local amado por surfistas. O vilarejo de Teahupo’o, no Taiti, é idolatrado por eles. Suas ondas são íngremes e grandes. Nem mesmo o risco de ser cortado em pedaços pelos corais do fundo do mar afasta os interessados.

As ondas em Teahupo’o são de um tipo apelidado pelos cientistas de “surto”. Não são as maiores do mundo, atingindo um auge de 9,1 m, mas são extremamente volumosas, formadas também pelo encontro de águas profundas com uma costa rasa.


O Taiti é uma ilha vulcânica e seus recifes de coral criam um obstáculo bem íngreme para frear a onda, fazendo com que a parte superior ultrapasse a anterior. Isso deveria resultar em ondas grandes e assimétricas, mas a geologia de Teahupo’o dá origem a um efeito único: a água doce descendo das montanhas vizinhas cria canais no fundo do oceano que previnem a formação de corais. Esses canais criam ondas “limpas” e rápidas ao canalizar a água da beira para o fundo.
A jato sobre a prancha

No mar, porém, a história é outra: durante uma etapa do Circuito Mundial de 2011, o surfista australiano Mick Fanning atingiu velocidade de quase 40km/h sobre sua prancha, o que ajudou a justificar seu apelido de Relâmpago Branco.
Inspiração da natureza

Quilhas, localizadas na parte inferior de uma prancha, são cruciais para dar estabilidade e controle. Tradicionalmente, eram feitas de madeira, mas avanços tecnológicos deram espaço para plástico e materiais compostos, que melhoraram o controle em manobras radicais.

O proximo passo parece ser imitar baleias – mais especificamente suas nadadeiras.

Esses cetáceos enormes também são graciosos. Suas barbatanas possibilitam incríveis manobras submarinas, especialmente curvas fechadas. Um novo tipo de quilha tenta imitar esse comportamento ao flexionar-se em diferentes momentos de contato com a água, o que daria mais velocidade em manobras.

Outro prototipo vai mais à frente: uma quilha de superfície irregular, imitando a barbatana de uma baleia-corcunda, o que aumenta a estabilidade mesmo em ângulos mais fechados e velocidades mais baixas.

Patrulha ecológica sobre pranchas

Cientistas sabem que nossos oceanos estão mudando: estão ficando mais quentes e mais ácidos. Seus níveis também estão subindo e isso está levando a alterações climáticas (como mais tempestades), além de alterações em ecossistemas e comportamentos animais.

Para medir essas mudanças, cientistas usam barcos, sondas e até satélites para coletar uma gama de dados em mar aberto. Isso é mais difícil perto da costa, onde as águas são mais agitadas.
Quilhas de surfe com sensores: novidade que está chegando

Mas uma nova tecnologia pode ajudar a vencer este desafio: a smartfin é uma quilha que contém sensores capazes de medir uma serie de fatores na água, como temperatura, salinidade e oxigênio, por exemplo. As quilhas seriam instaladas em pranchas de surfistas voluntários.

O acadêmico Andrew Stern, fundador do projeto Smartfin e neurologista da Universidade de Rochester, nos EUA, explica que a tecnologia pode ajudar a monitorar cenários como a degradação de corais e populações de crustáceo, que sofrem com o aumento da acidez dos oceanos. Stern explicou:
Essa tecnologia tem como fatores únicos o fato de ser pequena e de baixo custo em comparação com os sensores existentes

Sendo assim, oferecemos uma nova geração de sensores que podem ser posicionados em enormes números e em locações previamente inacessíveis.

Fonte: http://www.bbc.com/portuguese/vert-earth-41908741.

(via https://marsemfim.com.br/)

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