quinta-feira, 9 de março de 2017

A HISTÓRIA DENTRO D'ÁGUA - 3

Delphin Carlos de Carvalho, Barão da Passagem.

O ancoradouro de Sambaqui

A profundidade, o abrigo dos ventos e a disponibilidade de água e víveres para o abastecimento das embarcações em trânsito, tornaram a orla de Sambaqui/Santo Antônio ponto de referência nos últimos três séculos ou mais. Vamos ver (quase) tudo isso em partes.

Era intensa a movimentação de entrada e saída de navios no porto da cidade. Os de maior calado permaneciam fundeados no ancoradouro de Sambaqui. Os jornais de Desterro/Florianópolis registravam os embarques e desembarques.

1872 – No ancoradouro de Sambaqui desta Província acha-se estacionada a Divisão do 1º Distrito Naval. O comando desta Divisão está presentemente confiado ao valente, distinto e inteligente Barão da Passagem, que sucedeu ao não menos digno chefe de esquadra Francisco Cordeiro Torres Alvim.

Esteve também no ancoradouro desta Capital às ordens desta Presidência, a canhoneira de guerra Henrique Dias, que relevantes serviços prestou, durante a minha administração, a diversos navios, que se acharão em perigo fora das barras desta cidade, e em outras ocorrências que se deram.

O seu comandante, o 1.° tenente Elieser Coutinho Tavares, tornou-se digno de justo apreço pela prontidão, zelo e esmero com que cumpriu as ordens que lhe eram expedidas.

Canhoneira Araguary na Batalha do Riachuelo (Guerra do Paraguai).

O bom estado e asseio que se notava a bordo desse vazo de guerra, indicando a justa disciplina, que aí se observava, diz tudo à bem desse oficial.

O Governo Imperial acaba de ordenar a retirada dessa canhoneira, visto que serviços iguais aos que ela poderia continuar a prestar, podem bem ser satisfeitos pela canhoneira Araguari. (Fonte: Relatório do presidente da província, Joaquim Bandeira de Gouvêa, janeiro de 1872)



Vital de Oliveira.

“Entraram à barra e fundearam no ancoradouro do Sambaqui os seguintes navios: corvetas Vital d’Oliveira e Magé e canhoneira Araguary”. Comandante: Barão de Ivinheima. “Consta que vieram do Rio de Janeiro, tocando em Santos, em viagem de exercícios, e voltaram ontem para a mesma província”. (O Despertador, 2 de julho de 1872).

Domingo (10.11.1878), 14 horas, fundeou em Sambaqui o Lima Barros, “vaso de nossa marinha de guerra”, sob o comando do capitão de fragata Maurity. “O Lima Barros vem fazer parte da estação naval existente nesta província, comandada pelo Sr. barão de Ivinheima”. (O Despertador, 12.11.1878)

Lima Barros (1865). Domínio público.

O encouraçado Lima Barros, sob o comando do capitão de fragata Maurity, “deve seguir por estes dias para o Rio de Janeiro, tendo vindo substituí-lo neste porto a fragata a vapor Amazonas”. (O Despertador, Capa, 14.3.1879)
(Publicado originalmente no www.http://daquinarede.com.br/)

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