Kiribati, um paraíso ameaçado

Os belíssimos arquipélagos correm o risco de desaparecerem nos próximos 60 anos, fazendo de Kiribati um paraíso ameaçado.

O Presidente da República de Kiribati, Anote Tong, declarou que seu país tem os anos contados, de 30 a 60 no máximo. De acordo com o governante, a elevação do nível do mar, provocada pelo aquecimento global, condena essa nação feita de ilhas em extinção.

Diante de tal dramática situação, o governo de Kiribati decidiu tomar uma inédita decisão: comprar 5460 hectares de terra a 1.200 quilômetros de distância em um outro país. As negociações ocorrem com Fiji e Nova Zelândia.

Kiribati é uma nação independente, um grupo de 33 ilhas e atóis da Oceania, situado sobre a linha do Equador, a nordeste da Austrália. A população de Kiribati é extremamente religiosa formada por católicos e protestantes, mas muitos também seguem os ritos e crenças de séculos passados.

Esse paraíso em forma de arquipélago está ameaçado de desaparecimento pela elevação do nível do mar que é de cerca 10 milímetros ao ano. O fenômeno, causado pelo aquecimento global, provoca tanto a erosão do litoral do arquipélago quanto a contaminação dos seus lençóis de água potável, indispensável para que a vida humana persista por lá.

O fundo do mar de Kiribati é formado por barreiras coralinas povoadas de peixes multicoloridos e vários restos de naufrágios da segunda guerra mundial.

À exceção da ilha Banaba, que atinge 87 metros de altitude, todas as demais são na verdade atóis que emergem apenas um ou dois metros acima do nível do mar. São ilhas caracterizadas pela escassa vegetação e ausência de rios. Quase todas, no entanto, possuem pelo menos uma lagoa de água doce, que garante o abastecimento hídrico necessário à população.

Da mesma forma que a vegetação é escassa- apenas coqueiros plantados, pequenos arbustos e mangues- a fauna terrestre dessas ilhas também é muito limitada- apenas o rato polinésio, os numerosos pássaros marinhos e a duas espécies de lagartos existem na ilha. Em compensação, a fauna marinha é muito rica com uma enorme variedade de peixes.

Devido à escassez de recursos naturais, os habitantes das ilhas Kiribati vivem uma economia de subsistência baseada no cultivo de raízes comestíveis adaptadas ao solo, como o taro e a batata doce e produtos extraídos do mar.


O porto mais importante de Kiribati fica no arquipélago de Tarawa onde também está a ilhota de Betio que é o aglomerado urbano mais densamente povoado de todas as ilhas do Pacífico. Junto à ameaça ligada às mudanças climáticas, o aumento da população, especialmente nas áreas urbanas de Betio e de Tarawa, é um dos problemas mais cruciais que a República de Kiribati tem de enfrentar.

A subida do nível do mar provocada pelo aquecimento global pode ser observada a olho nu nas ilhas Kiribati graças à estação Seaframe (Sea Level Fine Resolution Acoustic Measuring Equipment) instalada em 1992 por cientistas australianos para medir ventos, níveis do mar, pressão atmosférica e temperatura. Os resultados obtidos são realmente pouco animadores: desde 1999 atóis inteiros de Kiribati foram definitivamente engolidos pelo mar. Prevê-se que ao redor de 2050 o nível das suas águas terá subido de 20 a 50 centímetros.

Uma triste realidade que atinge um dos poucos locais do mundo que ainda não esqueceu práticas culturais tradicionais como as complexas danças locais, os cânticos, a arte marcial indígena, os ritos de iniciação e a fabricação de figuras com cordões.


Abaixo vídeo que mostra um pouco da realidade atual de Kiribati e depoimento dos próprios moradores.
)

(Do Mar Sem Fim - https://www.facebook.com/)