quarta-feira, 9 de novembro de 2016

E A VIAGEM CONTINUA...


ÚLTIMO SOBREVOO CONFIRMA FIM 
DA TEMPORADA DA BALEIA FRANCA 
(Cientistas tentam explicar queda no número de exemplares)

O terceiro e último sobrevoo de monitoramento da temporada 2016 de reprodução de baleias-francas no litoral de Santa Catarina, sexta-feira (4), não encontrou mais exemplares da espécie na área da APA, confirmando o final da temporada. Apenas uma baleia da espécie bryde foi avistada. O sobrevoo faz parte do Programa de Monitoramento de Cetáceos do Porto de Imbituba – SC e adjacências, implantado pela SCPar Porto de Imbituba e executado pelo Instituto Australis. 
O sobrevoo foi realizado desde o sul da Ilha de Florianópolis até Torres (RS). O objetivo é determinar a ocorrência e distribuição das baleias-francas no Sul do Brasil, abrangendo a Área de Proteção Ambiental (APA) da Baleia Franca, a qual se estende do sul de Florianópolis até o Balneário Rincão. Além da bryde, foram avistados alguns lobos e leões marinhos. 
A última avistagem de baleias nessa temporada ocorreu no dia 10 de outubro, a partir do monitoramento por terra. Em setembro, quando foi realizado o segundo sobrevoo da temporada, 36 baleias foram avistadas, sendo 17 pares de mãe e filhote e duas baleias adultas não acompanhadas de filhotes. 
NÚMERO BAIXO - O número muito baixo de baleias para a época do ano, considerada o pico da temporada reprodutiva da espécie, chamou a atenção dos pesquisadores, que pelo segundo ano seguido se depararam com o fenômeno. 
“Desde 2015, observamos um comportamento atípico de ocorrência das baleias-francas no litoral sul do Brasil, possivelmente decorrente de anomalias climáticas que estão interferindo na disponibilidade de alimento para as baleias-francas na Antártida, e consequentemente no sucesso reprodutivo”, explica a diretora de pesquisa do Instituto Australis, Karina Groch. 
O assunto foi tema de um artigo publicado por uma revista científica internacional, o qual atribui a baixa presença das baleias-francas a uma consequência pelo provável baixo índice de krill disponível para alimentação dos mamíferos no extremo sul do contente sul-americano. A íntegra do artigo está disponível em http://www.nature.com/articles/srep28205.
O Programa de Monitoramento de Cetáceos do Porto de Imbituba contempla ainda a realização de monitoramento diário a partir de terra, da área da bacia do porto de Imbituba e Adjacências, o qual terá continuidade até o dia 30 de novembro. 
BALEIA DE BRYDE - A baleia de bryde (Balenoptera edeni), diferentemente dos outros misticetos (espécies de baleias com barbatanas ao invés de dentes), não realiza migrações entre regiões subpolares e áreas temperadas/tropicais, não apresentam uma estação reprodutiva bem definida e seus filhotes nascem o ano todo. É uma espécie que ocorre na costa brasileira, mas normalmente as avistagens são associadas a presença de grandes cardumes de peixes. Essas baleias podem medir de 13 a 15 metros, podendo pesar de 17 a 20 toneladas.

(Do www.facebook.com/maisgaropaba/)

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