quinta-feira, 14 de julho de 2016

GARIMPANDO O FUNDO...

Navio preparado para mineração no fundo do mar
Primeira mina no fundo do mar

Ouro, cobre, entre outros minérios poderão ser extraídos das profundezas na nova atividade, mineração no fundo do mar.

Os planos para abrir a primeira mina do mundo no fundo do oceano estão mais próximos de se tornarem realidade. Uma empresa de mineração canadense fechou um acordo com o governo de Papua Nova Guiné para começar a minerar uma área no fundo do mar.
Fontes termais contribuem para a formação de minérios

O projeto polêmico pretende extrair minérios de cobre, ouro e outros metais valiosos de uma profundidade de 1.500 metros. A mina terá como alvo uma área de fontes hidrotermais onde águas superaquecidas, e altamente ácidas, emergem do fundo do mar e encontram a água muito mais fria e alcalina do oceano, forçando-a a depositar altas concentrações de minerais.

O resultado é que o fundo do mar na região fica coberto de minérios que são muito mais ricos em ouro e cobre do que os minérios encontrados nas minas terrestres.

Novas tecnologias,oriundas do petróleo, contribuem para a mineração

Durante décadas, a ideia de minerar esses depósitos tem sido inviabilizada por causa do desafio de engenharia e dos altos custos. Com o aumento das operações de petróleo e gás nas últimas décadas, desenvolveu-se uma série de tecnologias avançadas que permite a exploração em grandes profundidades.

Mais uma vez, Papua Nova Guiné é escolhida

Segundo o acordo assinado, o governo de Papua Nova Guiné terá uma participação de 15% na mina oceânica, contribuindo com US$ 120 milhões para cobrir os custos da operação.

A mina, conhecida como Solwara-1, será escavada por uma frota de máquinas robóticas controladas a partir de um navio na superfície. O plano consiste em quebrar a camada superior do fundo do mar de modo que o minério possa ser bombeado para cima como uma lama.

Para quebrar as rochas e raspar o fundo do mar será empregada a maior máquina, um triturador pesando 310 toneladas, que trabalhará 24 horas por dia.
Maior máquina da mina, um triturador pesando 310 toneladas

Promessa de impacto mínimo: difícil acreditar

De acordo com a empresa canadense responsável, a Nautilus, a mina terá um impacto ambiental mínimo, o equivalente a cerca de 10 campos de futebol e com foco em uma área que é suscetível de ser rapidamente recolonizada pela vida marinha. Difícil acreditar já que a mineração é extremamente impactante ao meio ambiente mesmo em terra firme, que diria debaixo d’água. Muitas minas em terra usam o sistema, inclusive algumas em Papua Nova Guiné, usam o sistema de descarte conhecido como DSTL, Deep Submarined Tailings Disposal, quando milhares de toneladas de rejeitos das minas de terra firme são depositadas no fundo do mar.

Esta será a primeira tentativa de extrair minério do fundo do oceano, logo as garantias da empresa sobre os impactos serão vigiados de muito perto por cientistas e biólogos.
Ambientalistas dizem que atividade será ‘devastadora’

Enquanto muitos apontam para os “tesouros minerais” no fundo do mar, ambientalistas dizem que a mineração no fundo do oceano será devastadora, causando danos duradouros à vida marinha. A mineração normal causa danos localizados ao meio ambiente, mas há legislação em todos os países para controlar esses impactos.

Só recentemente a ONU publicou as primeiras regras para tentar normatizar a mineração no fundo do mar. As perspectivas da mineração no fundo do mar já geraram um forte debate entre cientistas marinhos.

– Jon Copley, biólogo da Universidade de Southampton não crê que tenhamos a propriedade sobre o oceano profundo, no sentido de que possamos fazer o que quisermos com ele.

– O biólogo Paul Tyler, do Centro Nacional Oceanográfico, da Grã-Bretanha, adverte de que espécies únicas podem ser colocadas em risco.

– A química marinha Rachel Mills, da Universidade de Southampton, sugere um debate mais amplo sobre a mineração em geral, com o argumento de que todos nós usamos minerais e que as minas em terra são muito maiores do que seria qualquer uma no leito do mar.

Esse debate deve crescer cada vez mais com a proximidade do início das operações de mineração.

(Do marsemfim.com.br/)

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