quinta-feira, 14 de julho de 2016

CASCA DO SIRI


Casca do siri pode reduzir a poluição química de lagoas

Um novo projeto de pesquisa desenvolvido pelo Departamento de Engenharia de Pesca da Udesc, em Laguna, pretende trazer soluções para poluição química de lagoas. Além deste benefício, o projeto tem também uma proposta sustentável em que reaproveita um material descartado diariamente no meio ambiente pelos beneficiadores de pescado na cidade: a casquinha do siri.

Dela é possível extrair a Quitina, um tipo de biopolímero que pode ser transformado em Quitosana, substância com capacidade até seis vezes maior para adsorver determinados metais. “Na prática, o projeto pretende testar a quitina e a quitosana extraída da casquinha do siri para retirar metais pesados de águas contaminadas”, explica a idealizadora da pequisa Aline Fernandes de Oliveira, Doutora em Físico-Química e professora de Engenharia de Pesca da Udesc.

Além do siri, outro crustáceo também é alvo da pesquisa. O gládio da Lula, não comestível e também descartado, está sendo utilizado para retirada de Quitina. “Enquanto em 100 gramas de casquinha conseguimos retirar 16% de Quitina, na Lula o rendimento chega a 41%. Mas em Laguna a produção e descarte de siri é muito maior.”, explica a pesquisadora.

Atualmente o projeto está na etapa de extração de Quitina para posterior produção de Quitosana em quantidades suficientes para desenvolvimento dos testes laboratoriais práticos. “Já finalizamos a primeira etapa e a caracterização do material. Em agosto, no máximo, começaremos os testes da pesquisa em laboratório”, ressalta Oliveira.

Como funcionam os procedimentos da pesquisa:

A casca do siri, não reaproveitada por beneficiadores que utilizam para venda somente a carne do crustáceo, é comprada de alguns pescadores e também vem de algumas doações. Ao retirar a Quitina dela, o processo de conversão em Quitosana é feito no laboratório de Recuperação de Resíduos e Desenvolvimento de Materiais. Até a casca moída será aproveitada nos testes de adsorção.

No laboratório será produzida uma água contaminada com metais e corantes e são feitos testes com com quantidades diferentes de água e de pó de Quitosana. “Serão avaliadas diferentes temperaturas e PH, vamos mensurar a capacidade de adsorção relativas às quantidades aplicadas”, ressalta a idealizadora da pesquisa.

Saiba mais:

Além da utilidade ambiental, a Quitosana também é largamente utilizada na indústria médica, farmacêutica e alimentícia.

Seu valor no mercado é alto. “Para você ter uma idéia, 100 gramas desta substância custa cerca de R$900”, afirma a professora.

(Do http://www.laguna.sc.gov.br/)

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