quarta-feira, 16 de julho de 2014

PESCANDO LÁ FORA

Foto Observatório

Pescadores são respeitados por sua coragem, afinal o oceano não é lugar para qualquer um. A preparação da viagem inicia no porto, onde o barco é abastecido com combustível, comida, água e gelo. Com a tripulação formada e uma última verificação nos motores e equipamentos, o barco toma o caminho do mar. 
Para os pescadores é uma necessidade que vai além da financeira, é quase um refúgio que virou um caso de amor. Embarcações de emalhe são as mais numerosas na região de Laguna. Elas permanecem longos vinte dias em alto-mar para curtos cinco dias em terra. Por isso é realmente necessário ter amor envolvido. Com um imenso à disposição, é preciso decidir onde pescar. 
Diferente de antigamente, hoje as embarcações estão muito bem equipadas para a navegação, possuem GPS, radar e piloto automático. 
A comunicação é realizada via rádio, e este é sua única chance de socorro em caso de qualquer acidente. A observação e a informação das condições de tempo são decisivas para a pesca e a segurança destes homens. Grandes embarcações de emalhe chegam a ter doze tripulantes. Os locais de pesca são determinados pelo mestre que usa o conhecimento de pescarias anteriores. Com a chegada no local, iniciam-se os preparativos. A manobra do barco de acordo com a corrente e o lançamento do primeiro ferro marca o início da pesca.

Foto Observatório
A quantidade de pano de rede a ser lançado também é escolha do mestre. As redes de emalhe de fundo chegam a ter 16 quilômetros, mas o pesqueiro tem que ser realmente promissor para que seja lançada toda a rede. Em geral, estas embarcações costumam colocar as redes no fim da tarde e iniciar seu recolhimento ainda pela madrugada.
O recolhimento da rede é demorado e caso a pesca no local não seja boa será tempo perdido. Rede no mar, o momento é de espera e descanso. Mestre na cabine de comando e tripulantes no convés. O ferro que mantinha a ponta da rede mais próxima ao barco no fundo é recolhido junto com a bandeira que marcava sua posição. 
Hora de ver o resultado da pescaria. Um guincho é responsável por a içar a rede, e um dos pescadores acompanha o trabalho do guincho para desenrolar o cabo quando necessário.Os demais pescadores ficam posicionados com seus cambitos, que são uma espécie de gancho de metal com um suporte de madeira para segurar. Estes instrumentos são utilizados para aumentar a rapidez de retirada dos peixes enredados. 
A habilidade do grupo determinará o tempo de recolhimento e as condições finais da rede, que acabam por sofrer avarias durante a retirada rápida do peixe. Dependendo da quantidade de peixe os pescadores podem passar mais de 30 horas desmalhando peixe. 
Não é possível parar até o final pois a qualidade do peixe fica seriamente comprometida. Peixe no barco, hora de gelar. O gelador fica responsável pela organização dos peixes no porão e o devido aproveitamento do gelo. São 20 dias de viagem é preciso um bom acondicionamento. Atualmente o que determina o fim da viagem é o fim da comida e do gelo, pois as embarcações já não conseguem encher seus porões nos vinte dias de viagem. Pesca realizada, hora de voltar para casa.

(Do https://www.facebook.com/pages/Observatório-Tecnológico-de-SC-Pesca/)

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