segunda-feira, 20 de janeiro de 2014

OS DONOS DO MAR

Tinguá, em Governador Celso Ramos, tem festa sobre o mar, onde lanchas viram camarotes

No Barfômetro, donos de lancha pagam R$ 1 mil para ancorar, enquanto quem chega de jet ski desembolsa R$ 50

Maurício Frighetto 
RIANÓPOLIS
 Fotos Daniel Queiroz/ND
Agito nas lanchas tem música ao vivo e muita bebida em pleno mar
O bar, com 150 metros quadrados, vende bebidas como cerveja e uísque, tem uma banda se apresentando e os frequentadores pagam por consumação. Seria igual a qualquer outro se não estivesse sobre o mar, cercado por mais de cem lanchas e jet skis. É o “Barfômetro”, que, sábado, fez tremer a praia do Tinguá, em Governador Celso Ramos.
Na pequena praia só se chega a pé, por um curto caminho. No sábado, por volta das 16h, havia mais de 100 caros estacionados na estrada geral. Quem fosse até o mar poderia se surpreender com um número parecido de lanchas e jets ski ancorados, a outra forma de chegar ao local. “Treme treme seu bum bum “, cantava, sob o Barfômetro, a palhocense Maiara Coelho.
A reportagem precisou pegar carona em dois jet skis para chegar no Barfômetro, a uns 200 metros da praia. Quando entramos, depois de caminhar por quatro jet skis, fomos parado por um segurança. “Cadê sua pulserinha?”.
Segundo o dono da festa, Ramon Maes, quem chega de jet ski paga R$ 50. Já os donos das lanchas ancoradas, que servem como um camarote, precisam desembolsar R$ 1 mil.  Tudo pode ser consumido.
Ainda de acordo com Ramon, o “Barfômetro” tem licença da vigilância sanitária e LAO (Licença Ambiental de Operação) da Fatma (Fundação do Meio Ambiente). “Temos até banheiros químicos, que é descarregado em caminhões”, contou.      
No bar rola cerveja, vodka, uísque. O item mais caro é um Blue Label, de R$ 700. “Vou tomar água antes de ir embora”, disse um homem de 43 anos que estava bebendo cerveja para se justificar. Ele voltaria de jet ski até Palhoça, com a mulher na carona.
A reportagem flagrou gente bebendo e pilotando jet ski, crianças manobrando lanchas pequenas e homens jogando cerveja no mar. Ninguém reclamou.
As lanchas maiores, no entanto, contavam com marinheiro. “Viemos em nove pessoas, contanto com o marinheiro. É uma festa bacana, um ótimo business. Melhor que o Caixa D'Aço”, disse Lucas Sá, 21 anos.
A praia, em Porto Belo, tem festas semelhantes, e foi onde Michel Teló gravou, o clipe “Ai se eu te pego”, em Inglês.
Festa atrai motos aquáticas e lanchas, e tem licença da Fatma e Vigilância Sanitária
Governador tem opções mais tradicionais
Muita gente reclama do trânsito para chegar e sair das praias de Florianópolis. Alguns esquecem uma forma de fugir do problema: as praias do Continente da região, como em Palmas, em Governador Celso Ramos. No fim de semana ela ficou lotada.  
Viviane Porto, 27, e a mãe, Itelvina Porto, 57, curtiram a praia. “Ela é ótima, vivo aqui. Tudo é diferente, até o sol”, disse Viviane ao sair do mar fresquinho.
Elas moram em São José, mas tem casa na praia de Palmas. “Dia de semana é mais sossegado, mas fim de semana enche de gente, principalmente gringos”, disse Viviane.
Um deles era Victor Calcina, 43, que mora em Assunção, no Paraguai. Estava em Balneário Camboriú, mas quis conhecer outras praias. “Aqui parece mais limpo, mais transparente e mais tranquila”, falou. Tão tranquilo que jogava general embaixo do guarda-sol.  

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