segunda-feira, 4 de fevereiro de 2013

VELEJANDO COM A VAQUINHA


Foto Divulgação
Vaquinha online vai pagar travessia do Atlântico por brasileiro
Beto Pandiani levantou R$ 120 mil em site de financiamento coletivo e deve partir em março

por Pedro Carvalho - iG São Paulo
 
O velejador Beto Pandiani vai usar o financiamento coletivo para pagar parte de sua próxima travessia marítima, que terá início em 10 de março, na Cidade do Cabo (África do Sul), e deve acabar em Ilhabela, trinta dias depois. Ele calcula que irá levantar R$ 150 mil através do chamado "crowdfunding" na internet – já conseguiu cerca de R$ 120 mil e ainda tem uma semana de arrecadação.

Pandiani, que faz viagens do tipo há décadas, usou sua influência nas redes sociais para embalar o projeto. O velejador tem mais de 5 mil amigos e 2 mil assinantes no perfil no Facebook, além de 800 contatos numa página secundária e 3 mil seguidores na "fan page".

"Eu não acompanhava essa história de crowdfunding, mas descobri a ferramenta e decidi apostar. Percebi que as redes sociais são muito importantes para o projeto dar certo", diz. "Mas não ficava postando todo dia para pedir doações, senão você acaba incomodando o pessoal. Eu alternava isso com fotos e relatos das viagens antigas", conta Pandiani, que vai atualizar os perfis virtuais durante a viagem, através de um laptop via satélite.

No momento, o projeto recebeu doações de 240 usuários. Mas nem todos são pessoas anônimas que colaboram com pequenas quantias, como é comum no crowdfunding. Pandiani, numa espécie de venda antecipada, disponibilizou cotas de R$ 10 mil para empresas. Três aderiram – Brastemp, Mitsubishi e Abril – e, como contrapartida, ganharão palestras do velejador após a viagem.

Quem doou quantias mais modestas também será recompensado. Desde os que deram R$ 50 e receberão uma foto especial da viagem até os que colaboraram com R$ 1,5 mil e terão direito a um dia de passeio em Ilhabela, para duas pessoas, no mesmo catamarã de oito metros que ele usará para cruzar o Atlântico. "E todos, sem exceção, terão o nome escrito no casco do barco", afirma o velejador.

O financiamento coletivo vai pagar 25% dos gastos totais da viagem. O resto será bancado por patrocinadores – Semp Toshiba, Mitsubishi e Red Bull – que apoiam o velejador há décadas.

Pandiani escolheu um site novato em crowdfunding, chamado O Pote (opote.com.br), em vez do "tradicional" Catarse. Isso porque conhecia as fundadoras do novo site, Ana Paula da Costa e Camila Glenz. A travessia do Atlântico foi o primeiro projeto de O Pote (esse é o link para doações).
As regras do financiamento coletivo determinam que só projetos que atinjam a meta de doações podem resgatar o dinheiro. Isso serve para garantir que ninguém irá doar para ideias que não sairão do papel. A meta de Pandiani é R$ 150 mil e deve ser atingida. "Se no final faltar R$ 10 mil, eu vou lá e completo. É o que todo mundo faz", explica o velejador.

E ele parece ter gostado do formato. "Sempre que volto de viagem, lanço um livro de fotos. Dessa vez, quero fazer com crowdfunding. Quem doar, recebe o livro depois", conta.

"Aprendi muito com isso tudo. Uma das coisas que aprendi é que o crowdfunding abre possibilidades novas para viagens de aventura, desde que você consiga mobilizar as pessoas e tenha uma ideia interessante para propor", conclui.

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