sexta-feira, 15 de junho de 2012

VIAJANTES DO FRIO

Foto Tafrio Pacas
"Temporada anual de pinguins em Florianópolis
já começou", diz policial ambiental


Danilo Duarte

A semana que antecede a troca de estação climática para o inverno de 2012 também marca a chegada dos pinguins em Santa Catarina. Nesta semana, pelo menos três animais foram recolhidos ainda vivos pela Polícia Militar Ambiental e levados para o Centro de Triagem de Animais Silvestres (Cetas), no Bairro Rio Vermelho, em Florianópolis.
A passagem de animais desta espécie não chega a ser novidade no Litoral Catarinense. Segundo o Sargento da PM Ambiental Marcelo Duarte, os pinguins são vistos na Grande Florianópolis desde 1996.
— Anualmente, cerca de 150 pinguins aparecem por aqui. Pelas ocorrências desta semana, podemos perceber que a temporada deste ano já começou — afirma Duarte
.
Nos últimos 16 anos, a estimativa da PM Ambiental é que aproximadamente 2600 pinguins tenham sido recolhidos nas praias da Grande Florianópolis. A maior quantidade foi em 2008, quando o óleo derramado por um navio atingiu 480 aves.
Quando recolhidos com vida, os animais são levados até o Cetas, onde permanecem em estado de observação veterinária e recebem alimentação adequada.

Os três pinguins internados desde quinta-feira devem permanecer por cerca de 30 dias. Depois, são soltos em grupos no mar. Segundo a avaliação dos veterinários que atuam no Cetas, as aves têm menos de um ano de vida, já que ainda não tiveram a troca de penas.
No espaço construído às margens da Lagoa da Conceição, há estrutura para receber até 200 aves semelhantes às três internadas nesta semana. O sargento explica que o Cetas é um projeto mantido em parceria da PM Ambiental com o Ibama.

Cuidados
Como a frequência tem sido alta, o sargento reforça que o trabalho tem sido grande para a Polícia Ambiental. Ele explica ainda que qualquer cidadão pode ajudar a preservar a espécie e recolher a ave para levar até o Cetas.
Quando chegam à costa, geralmente o pinguim está sem se alimentar por muito tempo e até desidratado. Sem forças, ele não consegue retornar para alto-mar e pegar uma corrente marinha, acabando por ficar na areia.

O militar explica que alguns cuidados devem ser observados. É preciso uma caixa de papelão para o transporte. O animal pode reagir de forma agressiva para se defender e por isso é necessário ter cuidado com as bicadas, que são fortes e podem provocar ferimentos.
Um alerta é para a temperatura. O militar explica que a associação do pinguim com as temperaturas frias leva a erros.
— As pessoas pensam que ele precisa de gelo ou estar em um tempo resfriado, quando na verdade pode estar com hipotermia. Por isso, não se deve colocar bolsas ou pedras de gelo ou panos molhados sobre o animal.

400 animais mortos já apareceram na região

Nem todos os pinguins resistem à longa jornada migratória em busca de águas mais frias e alimentação abundante. É o que aconteceu com um jovem pinguim encontrado morto na Beira-Mar Norte, em Florianópolis, na manhã desta sexta-feira.
Pelas estimativas do sargento Marcelo Duarte, cerca de 400 animais já apareceram mortos nos últimos 15 anos nas praias da Ilha de Santa Catarina e cidades vizinhas.
Nestes casos, os corpos são recolhidos pela Companhia Melhoramentos da Capital (Comcap) e encaminhados ao aterro sanitário.

(Do Diário Catarinense - www.clicrbs.com.br )

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